Como foi a primeira transmissão ao vivo, em outro país, de uma rádio da Amazônia

Chegamos quatro horas antes e para nossa surpresa os grandes TV da América do Sul ocuparam o local que tínhamos escolhido.

Era 1989 e vivíamos a emoção da eliminatórias da Copa do Mundo da Itália. Manaus possuía, à época, quatro rádios que alimentavam o Amazonas com informações. Na área do esporte uma luta gigantesca na busca da audiência. A rádio Difusora, dirigida por Josué Filho e Fezinha tinha no comando de programação esportiva Valdir Correia (“o garotinho”), que teve uma ideia inédita. Colocou o rádio amazônico na rota mundial dos esportes.

A rádio Difusora foi a primeira a ter o registro na Fifa. O Valdir colocou a rádio como “cabeça de rede” de centenas de outras rádios amazônicas no Acre, Rondônia, Roraima, Amapá e Pará, na transmissão da eliminatórias da Copa do Mundo.

Embarcamos para Caracas (Venezuela) com a extinta Varig em um voo direto Manaus/Caracas. Os hotéis estavam todos lotados a ponto que, ao chegar lá, fomos abordados por um deputado federal de Roraima e seu filho solicitando para dividirmos o quarto, o que foi prontamente aceito.

Foto: Eduardo Monteiro de Paula/Acervo pessoall

Dois dias antes, fomos para o estádio Brigido Iriarte, onde seria realizada a partida. Escolhemos uma cabine central assim como recolhemos as nossas credencias.

Finalmente, no dia 30 de junho de 1989, o jogo entre Brasil X Venezuela. Chegamos quatro horas antes e para nossa surpresa os grandes TV da América do Sul ocuparam o local que tínhamos escolhido. Com isso, transmitimos o jogo de uma muleta lateral as cabines. Triste, mas naquele dia fizemos história. Foi a primeira transmissão ao vivo de uma rádio na Amazônia com técnica, narração e comentários de Valdir Correia e Dudu Monteiro de Paula.

Por hoje é só, semana que vem tem mais! FUUUUUUUUUIIIIIIIII!!! 

Sobre o autor

Eduardo Monteiro de Paula é jornalista formado na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com pós-graduação na Universidade do Tennesse (USA)/Universidade Anchieta (SP) e Instituto Wanderley Luxemburgo (SP). É diretor da Associação Mundial de Jornalistas Esportivos (AIPS). Recebeu prêmio regional de jornalismo radiofônico pela Academia Amazonense de Artes, Ciências e Letras e Honra ao Mérito por participação em publicação internacional. Foi um dos condutores da Tocha Olímpica na Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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