Reflexão sobre a influência da TV no comportamento humano

Sem streamer de filmes e séries, sem trabalho remoto, sem aplicativos de mobilidade, sem redes sociais. O que restaria para fazer? Eu sei, você sabe, todos sabemos, porém esquecemos. O que faríamos?

Em uma conversa com uma amiga minha, ela me explanou um fato curioso que ocorreu na sua cidade natal chamada Paracambi no interior do Rio de Janeiro. Estávamos nostálgicos e conversávamos sobre como nossa infância na década de 90 foi boa, com todos os ‘poréns’ e limitações tivemos uma infância interessante, brincávamos muito e não tínhamos essa atual dependência da tecnologia.

Em meados de 98, um acidente na transmissores (entenda-se por única) da cidade, uma descarga de um raio na torre fez com que essa cidade pacata, Paracambi, ficasse 4 meses sem nenhuma emissora de televisão. Entenda, em 1998 a televisão era o principal meio de diversão da família brasileira.

Assistíamos desenhos como Jaspion, Cavaleiros do Zodíacos, Caverna do Dragão, TV Xuxa, Castelo Rá Tim-Bum, Power Rangers, Ursinhos Carinhosos etc. Nossos pais viam principalmente Jornal Nacional, pois era a principal fonte de informação do que acontecia pros lados de Brasília. Compras pela TV também eram comuns, até os dias atuais existem canais apenas para vendas de produtos como por exemplo jóias, utensílios para casa, bois etc.

Imagine agora como seria perder por 120 dias sua principal fonte de distração e informação, seria o mesmo que ficássemos sem internet no Brasil inteiro pelo mesmo período. Sem streamer de filmes e séries, sem trabalho remoto, sem aplicativos de mobilidade, sem redes sociais. O que restaria para fazer?

Eu sei, você sabe, todos sabemos, porém esquecemos. O que faríamos?

Foto: Divulgação

Viveríamos!

Ao exemplo de Paracambi, as pessoas lotavam as ruas para conversar com os vizinhos, as crianças iam pra rua brincar, correr, se divertir, jogar cartas, andar de bicicleta, os pais visitavam mais as pessoas, amigos e parentes. As pessoas viviam!

Infelizmente hoje, as pessoas não soltam o celular nem para fazer suas refeições, adolescentes e crianças constantemente com a cara enfiada na tela de um aparelho, os pais não tem mais paciência de conversar, brincar ou jogar com seus filhos, o contato é mínimo e quanto existe, é frio.

Claro que não posso generalizar, mas é preciso lembrar que existe vida off line, entenda este artigo como uma forma de crítica ao comportamento das pessoas, a dependência fortíssima de estar consumindo conteúdo, muitas vezes inútil, de estar fazendo dancinhas, usando áudios em alta do instagram para mais uma tentativa desesperada de viralizar e receber diversos seguidores, sendo que não sabe o que fará com essa manada toda.

Vejo essa dependência chegar até nos que possuem mais idade, ou seja, não existe pré requisito para se viciar, o que está acontecendo com as pessoas, que mudança de comportamento é essa, e como você está posicionado diante disto, perdendo tempo ou ganhando dinheiro?

Faço então um convite a refletir sobre seus hábitos e costumes, entender o nível de dependência e de tempo investido, convido a refletir se possui retorno de alguma forma, se você realmente trabalhar com as redes sociais e obtém algum benefício, ou é uma tentativa de se convencer que não está perdendo tempo.

Tempo é o ativo mais escasso que nós temos, seja estratégico nas suas decisões e lembre-se, o mercado não espera. 

Sobre o autor

Aldo Melo é mercadólogo, Pós-graduado em Metodologia do Ensino Superior, MBA Executivo em Administração e Negócios, Especialista em Neuromarketing e Fundador da Agência Conectar – Comunicação e Marketing.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista


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