O que sua empresa tem feito pelo planeta?

Uma reflexão sobre as práticas de sustentabilidade adotadas por empresas 

Quando falamos em marketing hoje em dia, ainda temos muitas opiniões truncadas e uma limitação de alcance muito grande diante do desconhecimento generalizado, já que o marketing é linha de estudo que deriva da administração é muito nova, por mais que tenha avançado e ocupado cadeiras em curso de diversas áreas, ele precisa ser ensinado mais veemente para se extrair e se beneficiar mais.

Muitos empresários não conseguem enxergar o planejamento estratégico como um diferencial competitivo, vivem como bombeiros apagando incêndio o dia todo a acham que essa é o normal da área, imagine quando souberem que os danos que a empresa causa no local onde ela está inserida é de responsabilidade dele, sendo físico ou psicológico, a empresa precisa se atentar a isso e claro extrair benefícios.

Foto: Reprodução / Internet

Em um caso recente que acompanhei em um matéria sobre cápsulas de café da Dulce Gusto no processo interno de fabricação, dois pontos me chamaram muito a atenção. O primeiro foi o fato da fábrica inteira não ter lixo, nenhum resíduo é gerado na fabricação das cápsulas de café, pois todo resíduo que pode-se gerar ou vira combustível para alimentar os fornos necessários para a torra do café ou é reciclado e voltar para ser processado. O segundo ponto é que a fábrica não utiliza água no processo, ela reaproveita a água que é extraída de outra fábrica ao lado, onde desidratam o leite e essa água que sobra do processo é filtrada e levada para a produção do café. Incrível não é?

Já no ramo da perfumaria, em seu programa de logística reversa o Boticário atingiu 96,9% de reciclagem de produtos, graças aos 4 mil pontos de coleta de embalagens distribuídas por 1.751 municípios. Planejaram, definiram metas, indicadores e acreditaram que a sustentabilidade e a responsabilidade social podem ser aliadas no processo mercadológico da empresa, como citei acima, o marketing vai muito além de vendas é muito amplo e precisa ser explorado para melhorar nossas estratégias e retornar para sociedade.

Imagine que essas grandes empresas em teoria não precisavam se preocupar com reciclagem, pois possuem capital para isso, mas a responsabilidade social está nos pilares da empresa, como comentei, uma empresa ao se inserir na sociedade gera algum tipo de dano e em alguns casos são físicos e outros psicológicos. Vamos nos aproximar mais da realidade da grande maioria dos empresários brasileiros, o pequeno.

Imagine que uma casa de show se instalou na frente de sua casa, sexta-feira 22h é o horário que mais fatura, som ao vivo, cerveja gelada, diversão etc. Imagine os danos psicológicos que sofrem os moradores no entorno desta casa de show? Vizinhos chamando a polícia pelo som alto, pela baderna fora do bar, noites mal dormidas, filhos sem dormir, idosos sem dormir… Imagine os danos físicos que podem também ocorrer, sujeira, garrafas quebradas, pontas de cigarros etc. “Quero enfatizar que não estou condenando, apenas pontuando o que podemos enfrentar.”

Analisando todo este cenário hipotético me vem à mente, o que o dono previu para minimizar esses danos? O que foi planejado que possa minimizar esses danos? Foi planejado? Sabemos que não! Infelizmente o planejamento não é o forte do empresariado brasileiro, e eu me incluo nisto claro. Fomos tão acostumados à correria, a fazer os processos como dá, como descobrimos, na tentativa e erro que parar para planejar virou luxo, mas não devemos seguir assim.

Convido a refletir sobre sua empresa, loja, distribuidora, o seu negócio em si, o que tens gerado de dano à sociedade, se não conseguir refletir sobre convide alguém que não conheça o empreendimento, pois essa pessoa verá pontos a corrigir que nós não conseguimos ver pois já virou paisagem aos nossos olhos. Identificando os pontos a corrigir, pare e planeje como será corrigido e se possível como o exemplo da Dulce Gusto, onde os possíveis problemas em outro local virão soluções.

Sucesso! E lembre-se que o mercado não espera!

Aldo Melo

É Mercadólogo, Pós-graduado em Metodologia do Ensino Superior, MBA Executivo em Administração e Negócios, Esp. em Neuromarketing. Fundador da Agência Conectar – Comunicação e Marketing.

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