Estratégias de varejo voltadas aos sentidos humanos são efetivas?

O olfato segundo o livro Brand Sense tem 3,5% de participação da atenção de nosso cérebro.

Na proximidade de uma data tão expressiva para o comércio, eu não poderia falar de outro assunto que não fosse estratégias de varejo, sabemos que são inúmeras e alguns casos precisamos adaptar à realidade da natureza do comércio, mas talvez cheguemos à mesma conclusão ao final da leitura, ou melhor te faço acreditar no ser neuromarketing.

Uma franquia de cosméticos e perfumes elaborou o perfume da felicidade, fragrância que combina notas de baunilha, limão, florais e madeira, tendo eficácia comprovada em testes de atividades neurais ativando sensações de felicidade em quem utiliza.

O olfato é o único sentido que não podemos desligar, é o sentido mais básico e direto, logo, o olfato possui um papel importante em nossa vida e principalmente em nosso humor, que nada mais são do que reações químicas em nosso cérebro, é isso que tentamos buscar nas prateleiras das lojas do shopping, felicidade, reações químicas cerebrais que são ativadas por neurotransmissores.

Temos aumento em 40% de nosso humor quando somos expostos a fragrâncias prazerosas, mais humor, mais dopamina, mais compras. Decore essa fórmula, pois não necessariamente ele segue essa ordem, foca na dopamina! 

Imagem: reprodução internet.

Antes de continuar, preciso explicar o que são neurotransmissores: São substâncias químicas que os neurônios através dos impulsos que chegam à sua terminação, liberam e estimulam ou inibem o neurônio seguinte. Essas substâncias químicas sintetizadas e liberadas pelos neurônios recebem o nome de neurotransmissores, os quais têm um papel fundamental no nosso sistema nervoso e em nossa vida, no caso da dopamina, ela é responsável pelo prazer de comprar e mais ainda pela antecipação do prazer, e o efeito dela é justamente melhorar o ânimo, energia e motivação, além de reduzir a ansiedade.

O olfato segundo o livro Brand Sense tem 3,5% de participação da atenção de nosso cérebro, porém mesmo com um número relativamente baixo comparado à visão que corresponde a 83%, é o sentido mais “sensível” do ser humano, através do olfato podemos voltar no tempo em um momento nostálgico, desagradar alguém, julgar alguém, perceber um clima ruim no ambiente, gerar afeto, saber se vai chover sentindo o cheiro de petricor (cheiro de chuva), gerar empatia e confiança com o cheiro de baunilha que são liberados em bancos (instituições financeiras) pois então, principalmente nas mulheres a baunilha tem um efeito muito grande no humor e como já citei, mais humor, mais dopamina, mais compras.

Pense comigo, imagine uma mulher dentro da loja de cosméticos e perfumes, uma loja linda muito bem feita, todos os detalhes pensados pelos arquitetos, móveis sob medidas, luz indireta, tudo claro e belo, espelhos para aumentar a loja, teto baixo para focar mais nos detalhes, produtos bem iluminados, cores convidativas para todos os lados, produtos para teste, podendo tocar, passar no rosto, sentir a textura, se imaginar utilizando, imaginar as combinações com roupas, música lenta e agradável liberando mais dopamina e fazendo você perder a noção do tempo, a vendedora com suas técnicas de persuasão em seu ouvido, lhe oferece um chocolate que espertamente libera dopamina em sua corrente sanguínea, e pra fechar o combo, a fragrância da felicidade.

Todos detalhes deste exercício de imaginação são reais, são pesquisados cientificamente e são armas antigas do varejo, pena que muito não utilizam, desconhecem ou desacreditam, esta fragrância da felicidade corrobora que ainda se utilizam muito das estratégias de neuromarketing para o varejo, o presente e o futuro será do marketing de experiência, que inclusive recentemente escrevi um artigo sobre o Futuro do Varejo e o Marketing de Experiência.

Para proporcionar essa experiência ao seu target você precisa focar nas formas de input do cérebro humano, os 5 sentidos! Quanto mais sentidos você conseguir estimular no processo de compra e venda, mais marcante será a experiência, mais dopamina, mais compra. Um ponto importante também a se atentar é que o cérebro humano é preguiçoso, então quanto mais facilitar esse processo, quanto menor o atrito, melhor e mais agradável.

Então para clarear mais as ideias, no visual aposte na qualidade do material que será exposto, nada de poeira, amassado, mal feito etc. Na audição utilize da estratégia de som de qualidade e na medida certa, no olfato fragrâncias de baunilha, menta, bamboo, capim-limão, pimenta rosa etc. No paladar se puder invista em degustação ou chocolates que libera mais dopamina. E no tato eu não preciso falar que todos nós precisamos tocar nos produtos, sentir o peso, textura e afins. Explore isso e analise o progresso gradativo.

E aí, o que você tem feito de estratégias para focar no público e não no produto?

Lembre-se que o mercado não espera! 

Aldo Melo

É Mercadólogo, Pós-graduado em Metodologia do Ensino Superior, MBA Executivo em Administração e Negócios, Esp. em Neuromarketing. Fundador da Agência Conectar – Comunicação e Marketing.

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