A minha jornada empreendedora

“Apesar das dificuldades, busquei diferentes abordagens para atrair novos clientes, gerar novas conexões e expandir a quantidade de pessoas que eu podia atingir”

Hoje peço permissão para contar um pouco de minha história e de como me tornei um empreendedor.

Não tenho na minha genética a herança empreendedora de sucesso. Não nasci em berço de ouro, embora meus pais fizeram um esforço grande em manter os 3 filhos em escola particular. As condições financeiras eram apertadas.

Tive a sorte e competência de entrar em uma faculdade pública e começar a trabalhar em um banco no final do primeiro ano de graduação de administração e, pasmem, empreendedorismo é uma matéria optativa que, no fim das contas, eu acabei nem cursando.

Embora tenham sido mais de 8 anos no banco, logo nos primeiros anos eu já tinha percebido que o futuro seria bem desafiador, trata-se de uma das profissões mais estressantes no mundo. Mas, ainda assim, demorei muito para pensar em formas alternativas de gerar renda e tipos de negócios que eu poderia abrir.

Eu vivia preso na ilusão de que ali estava confortável, era bem-sucedido e podia ficar “numa boa” esperando algo acontecer.

Foi apenas ao final de 2015 que eu tive uma epifania de uma ideia que poderia ser o que é o meu negócio hoje. Até ali eu já tinha terminado a graduação em administração e feito outras duas pós-graduações tentando encontrar respostas para o meu futuro.

Em março de 2016, pedi minhas contas no banco e comecei o meu negócio. Na época eu tinha 1 cliente, ao final de 2016 tinha atendido mais 3. Ou seja, foram 4 clientes no primeiro ano.

Foto: Divulgação

Incontáveis noites eu cheguei em casa frustrado porque não estava tendo resultado. Inclusive cheguei a me arrepender da decisão que eu havia tomado ao sair do banco. Era um pesadelo olhar para um projeto que tinha tudo para ser bem-sucedido e que naquele momento não gerava nenhum retorno.

E essa frustração é uma das piores coisas que você pode sentir na hora que está abrindo um negócio. Não há dúvidas que, independente do motivo que nos leva a empreender, ninguém quer perder tempo, dinheiro e oportunidades.

Muitas vezes me perguntei o que eu poderia ter feito diferente se pudesse voltar no tempo. Pensava em diferentes passos que poderia ter tomado e conhecimentos que poderia ter absorvido antes.

Apesar das dificuldades, busquei diferentes abordagens para atrair novos clientes, gerar novas conexões e expandir a quantidade de pessoas que eu podia atingir. Fechei 2 negócios que não deram resultado e mantive apenas uma atividade.

Empreender envolve, além de tudo, resiliência. Para alguns o caminho pode ser extremamente fácil e confortável, mas para a maioria é espinhoso. Não à toa, a maior parte das empresas quebram antes do terceiro ano de funcionamento.

Sabe quando eu comecei a ter resultado? Após 2 anos e, naquele ponto, eu já tinha absorvido inúmeras funções em tarefas distintas.

Nos últimos 2 anos cheguei a dobrar o faturamento. Isso tem tudo a ver com maturidade e evolução de estratégias e execução cada vez mais focada. Sei que ainda tenho muito para crescer e contribuir com pessoas que estão começando.

Gosto de contar minha história porque sou de carne e osso, minha vidraça já esteve muito frágil e consegui passar por isso. Já disse e repito: o empreendedorismo vai salvar o nosso país. E você pode fazer parte disso!

Você não precisa largar o seu emprego para empreender e, na maioria das vezes, o seu próprio ambiente de trabalho já pode servir de laboratório e como exposição para produtos e serviços que você gostaria de testar.

Reveja seu plano, mude sua rota, tenha coragem para tentar algo novo e não desista.

Hoje, eu nem cogito ser cobaia em uma máquina do tempo.

Esse é o jeito baré de empreender.

O conteúdo do texto é de inteira responsabilidade do(a) autor(a) e não reflete, necessariamente, a posição do Portal Amazônia.

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