Estudo aponta potencial das plantas amazônicas na inibição do parasito da malária

As plantas amazônicas acariquara branca, carapanaúba e castanheira-do-Brasil possuem propriedades inibidoras contra o parasito causador da malária humana

Os estudos conduzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) identificaram nas plantas acariquara branca, carapanaúba e castanheira-do-Brasil, a presença de substâncias com atividades antiplasmódicas que agem como purificantes capazes de inibir o crescimento, matar ou inviabilizar o parasito que causa a malária.

Conforme a pesquisa, a malária é uma doença tropical endêmica na região Amazônica, que, anualmente, ameaça pessoas e causa a morte de mais de quinhentos mil indivíduos em todo o planeta. Para atingir o resultado final, a pesquisa contou com a colaboração de 18 cientistas do Inpa, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD-Fiocruz Amazônia). 

Foto: Divulgação/ Fapeam

O projeto foi iniciado em 2018 e concluído em 2020, e contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Conforme o doutor em química orgânica Adrian Pohlit, coordenador do projeto e pesquisador do Inpa, os resultados representam uma etapa inicial importante e apontaram para o valor da etnomedicina regional, que associa às plantas estudadas a eficácia no tratamento da doença.

“No projeto da Fapeam, desenvolvido no Inpa, treinamos estudantes de pós-graduação em química e biotecnologia nas abordagens científicas e técnicas necessárias para descobrir novos antimaláricos, a partir de espécies vegetais regionais utilizadas na medicina tradicional local, na esperança de descobrir substâncias que possam dar origem a novas classes de antimaláricos, no futuro”, informou.

Parte significativa dos antimaláricos em uso no mundo, atualmente, devem a sua descoberta inicial às substâncias antiplasmódicas artemisinina e a quinina, presentes em plantas usadas na medicina tradicional.

“Há evidências no mundo todo de que os parasitos da malária estão se tornando resistentes às TCAs (Terapias Combinadas à Base da Artemisinina) e seus componentes individuais, o que significa que esses tratamentos estão se tornando mais complicados e, em alguns casos, menos eficazes”, explicou.

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