Parceria leva ajuda humanitária a imigrantes venezuelanos e cubanos em Rio Branco

O Sistema Fecomércio/AC estuda fornecer 500 sacolões de alimentos para serem entregues às famílias necessitadas.

A primeira ação deste termo de cooperação entre a Federação de Comércio do Acre e o Governo do Estado foi o compromisso do Sistema Fecomércio em fornecer sopas aos imigrantes venezuelanos. A ação será realizada até o final do mês de abril e serão produzidas pelo restaurante do Serviço Social do Comércio (Sesc), entidade do Sistema Fecomércio.

O presidente do Sistema Fecomércio no Acre, Leandro Domingos, relembrou que há muitas pessoas sem condições de ter uma alimentação mínima necessária. “Precisávamos fazer algo para amenizar essa situação ajudando os imigrantes e as pessoas que ficam nos hospitais de Rio Branco. O atendimento perdurará até o final do mês de abril e o produto será entregue à equipe da Secretaria de Assistência Social, que se encarregará de fazer a distribuição”, explicou Domingos.

Sopas produzidas pelo restaurante do Sesc/AC serão fornecidas para que a SEASDHM distribua aos imigrantes. (Foto: Marcos Vicentti/Secom)

Leandro Domingos disse que o Sistema Fecomércio/AC estuda fornecer 500 sacolões de alimentos para serem entregues às famílias necessitadas, com distribuição também realizada pela SEASDHM.

Uma ajuda humanitária

Na noite desta quinta-feira (26), a equipe da Secretaria de Estado de Assistência Social, dos Direitos Humanos e de Políticas para as Mulheres distribuiu sopas aos imigrantes, que estão alojados em um prédio abandonado no centro de Rio Branco. 

A secretária de Estado e responsável pela equipe de entrega das sopas, Claire Cameli, explica que os 65 imigrantes que estão alojados no prédio abandonado no bairro Base, serão transferidos para uma escola no conjunto habitacional Cidade do Povo, onde terão assistência social e acompanhamento médico. A transferência acontece nesta sexta-feira (27).

Esse trabalho de cooperação é significativo e demonstra solidariedade. “Estaremos auxiliando aquelas pessoas que realmente estão precisando, que não têm renda fixa e não estão recebendo o Bolsa Família, que são esses imigrantes. E nesse momento tão problemático e emergencial, estaremos transferindo esses 65 imigrantes, para um ambiente salubre em que eles possam estar protegidos e assistidos”, explicitou.

Venezuelanos e cubanos


Buscando sobreviverem em melhores condições, muitos venezuelanos começaram a imigrar em maior número para alguns países da América Latina. E o Acre passou a ser também rota para esses imigrantes. Rio Branco é o refúgio para alguns indígenas do povo Warao, que habitavam o estado de Monagas; outros oriundos da região norte da Venezuela, que habitaram há séculos o delta do rio Orinoco, no estado Delta Amacuro e regiões adjacentes dos estados Bolívar e Sucre, naquele país.

Warao, na língua nativa, significa “povo da canoa”, pois a relação deste grupo com a água é íntima. São, tradicionalmente pescadores e coletores, há cerca de 70 anos convertidos em horticultores, e viviam em comunidades de palafitas localizadas nas zonas ribeirinhas fluviais e marítimas, além de pântanos e bosques inundáveis da região de origem.

Com um semblante de preocupação, Jesús Zapata, de 46 anos, há 4 meses está em Rio Branco acompanhado de sua esposa, 8 filhos e mais 55 familiares que estão divididos em dois grupos, fugindo da crise que assola a Venezuela.

Representando o grupo, o imigrante que entende melhor o idioma português, Jesús Zapata salientou que nesse momento o que eles esperam é a ajuda por intermédio da Assistência Social e da Saúde, pois são 20 crianças e 10 adolescentes, fora os adultos, que precisam se alimentar, de cuidados e de ter onde ficar.

“Estamos felizes com essa ajuda, as crianças estão felizes com o alimento e com essa notícia de que iremos para um lugar melhor e teremos assistência médica, agradeço em nome de todos a ajuda”, explanou o imigrante, Jesús Zapata.


Além desses imigrantes de etnia indígena, imigrantes venezuelanos e cubanos também receberam a sopa e a assistência da SEASDHM. Elesestão em uma casa alugada com 12 integrantes, dentre estes 4 crianças e 1 adolescente autista.

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