No Acre, mulher abre mão do ‘fusca maravilha’ por sonho da casa própria

Em Rio Branco, inicialmente, o fusca chamava atenção porque foi caracterizado inspirado na Penélope Charmosa. Com cílio nos faróis e muita cor rosa, o carro chamava atenção por onde passava

Só quem é apaixonado por carro, especificamente por fuscas, é que vai entender como foi difícil a decisão da autônoma Diana Reis, de 38 anos, de se desfazer de um sonho. É assim que ela define a relação com o fusca que comprou há 3 anos e, com todo cuidado, montou projetos até que ele pudesse virar o ‘fusca maravilha’, inspirado na personagem Mulher Maravilha.

Em Rio Branco, inicialmente, o fusca chamava atenção porque foi caracterizado inspirado na Penélope Charmosa. Com cílio nos faróis e muita cor rosa, o carro chamava atenção por onde passava.

Foto: Arquivo Pessoal

Como sempre foi apaixonada por fuscas, Diana pensou o projeto porque em 2017 realizava um sonho de ter um fusca todo pensado por ela.

Mas, agora, passados três anos, ela precisou escolher entre manter o fusca ou usá-lo para construir um outro sonho: ter a casa própria. E assim ela teve a ideia de rifar o carro para conseguir levantar o dinheiro para a obra, mas a decisão tem feito ela sofrer.

“Estou me despedindo dele aos poucos, mas acho que a ficha só vai cair quando eu tiver que entregá-lo. Aí vai ser bem difícil”, conta sem conseguir conter a emoção.

Conforto para os filhos

Dentro do carro, Diana personalizou de rosa o teto, volante, bancos, cintos de segurança, pedais, maçanetas, painel, marcha e até o freio de mão. Além do rosa pink, o carro tem detalhes na cor rosa bebê e lilás.

Foto: Arquivo

De Penélope Charmosa ele virou Mulher Maravilha. Isso porque depois do filme, Diana resolver fazer uma tatuagem que faz referência à personagem que tem o mesmo nome que ela. E aí surgiu a ideia de mudar o projeto do fusca, que sempre refletiu muito da sua personalidade.

Agora, o carro ganhou as cores e o emblema da personagem da DC Comics.

A necessidade de rifar o carro veio após ter o quinto filho, de apenas dois meses. Diana disse que sempre morou de aluguel e agora, com o filho mais novo, sentiu necessidade de oferecer mais conforto a ele e os outros filhos.

“Tá bem difícil esses anos para quem trabalha com venda. As minhas vendas foram caindo bastante e tive essa dificuldade. Comecei a orar pela minha casa própria e aí tive a ideia, essa estratégia de rifar o fusca, porque tenho um terreno desde 2014, mas nunca consegui juntar o dinheiro para começar a construir, porque é complicado. Agora é se desfazer do sonho do fusca rosa para realizar o sonho da casa própria”, conta.

Ela vive de aluguel e esse gasto também tem pesado nos últimos meses, quando as vendas não andam tão boas. Os outros quatro filhos moram com o pai, com quem ela tem a guarda compartilhada, mas ela disse que quer oferecer um espaço melhor a todos eles.

Foto: Arquivo Pessoal

“Meus outros filhos moram com o pai, que tem uma casa boa e lá eles têm um certo conforto que não têm quando eles precisam ficar comigo. O nascimento do mais novo também me despertou para essa coisa dele ter o cantinho dele. Então, quero poder dar mais conforto para os meus filhos”, conta.

Valor emocional

Na época em que comprou o carro, ele custou R$ 15 mil. Além disso, com as adaptações e modificações, Diana ainda investiu mais R$ 10 mil.

“O fusca não é bem uma questão de avaliação comercial, mas sim pela história do carro. É um carro que tem o seu dia comemorativo, que tem uma história e é o carro do século. O valor é mais sentimental e histórico do que comercial, quanto mais antigo, mais caro ele é”, explica.

Agora, ela vende as rifas por R$ 100 e, para facilitar ainda mais essa venda, junto com o bilhete, ela entrega também uma máscara de hidratação profissional para os cabelos, que é um dos produtos que ela vende como autônoma.

“A pessoa recebe essa máscara como agradecimento e pode tratar o cabelo em casa, assim divulgo meu produto além de vender minha rifa. É uma forma de marketing também porque preciso melhorar as vendas, porque a gente sabe que construir custa muito caro. Levantar é fácil, mas vou gastar muito com acabamento, até porque não vai ser uma casa pequena, já que tenho cinco filhos”, avalia.

A autônoma começou a vender as rifas há duas semanas. Conseguiu vender 100 por enquanto, mas a meta é conseguir vender 500. “O fusca é meu sonho, dói muito me desfazer, mas eu preciso agora abrir mão desse sonho por outro para dar mais conforto aos meus filhos”, finaliza.

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