Mulheres trans relatam desafios profissionais e luta por direitos em Belém

Só em 2016 o direito ao nome social virou lei no Brasil, sendo assegurado o uso pelas pessoas transexuais, travestis e transgêneras

Ao longo dos anos, as mulheres foram subindo degrau por degrau na “escada de direitos”, como em 1932 quando passaram a ter permissão para dirigir e de votar; 1934 quando foi instituída a licença-maternidade e em 1977 o direito ao divórcio.

Mas ainda há muitas barreiras para serem rompidas e quando se é uma mulher transgênero os desafios são ainda maiores. Para essas mulheres ter o direito de serem reconhecidas como são já é um dos desafios. Só em 2016 o direito ao nome social virou lei no Brasil, sendo assegurado o uso pelas pessoas transexuais, travestis e transgêneras.

Bárbara Pastana é coordenadora da Casa Dia, em Belém. Foto: Joyce Ferreira / Comus

Bárbara Pastana é uma mulher transexual e assumiu a Coordenadoria da Casa Dia, em Belém. Ela explica sobre os desafios para vencer as barreiras do preconceito e da importância em ter oportunidades para essa população. “É tentar fazer com que nos enxerguem como seres humanos capazes de exercer qualquer profissão. Como gestora pretendo mostrar o potencial que tem a população transexual, seja ela como cabeleireira, manicure, médica, advogada, como mulher trans termos nosso lugar de fala e ter o direito de ocupar o lugar que queremos”, destaca.

A empregabilidade para pessoas transexuais também é apontada como um dos grandes desafios a serem superados por Isabella Santorinne, mulher transexual e servidora da Secretaria Municipal de Coordenação Geral do Planejamento e Gestão (Segep). “Infelizmente, no mercado de trabalho ainda há muito estigma quanto às pessoas trans. Estamos lutando por nossos direitos, nos qualificando para exercer qualquer atribuição”.

Isabella Santorinne é servidora da Segep. Foto: Joyce Ferreira / Comus

A busca pela equidade entre homens e mulheres e a garantia de direitos são algumas das bandeiras defendidas pela Prefeitura Municipal de Belém. No primeiro escalão do governo, 50% são lideradas por mulheres e no governo a presença de mulheres transexuais também é marcante.

Essa bandeira da inclusão se transforma em políticas públicas, com capacitação, acolhimento, orientação e assistência às mulheres transexuais. A Coordenadoria da Mulher de Belém (Combel), promove políticas públicas para as mulheres da capital e realiza serviço de acolhimento psicossocial, com psicóloga, assistente social e orientação jurídica.

A Combel funciona nos altos do Mercado de Carnes Francisco Bolonha no Complexo Ver-o-Peso e funciona das 8h às 15h. 

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