Nível dos rios no Amazonas está abaixo do esperado para o transporte fluvial de cargas

Na avaliação da Sindarma, o fenômeno El Niño continuará afetando o nível das águas e provocando um volume menor de chuvas nos próximos meses.

Apesar do início, ainda tímido, da temporada de chuvas e da subida do nível nos principais rios do Estado, o Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma) alerta que as condições para o transporte de produtos, principalmente combustíveis, alimentos e insumos, está distante da normalidade para esta época do ano e que a expectativa é que a situação se regularize apenas em março ou abril de 2024.

Na avaliação da entidade, com base nas previsões de órgãos federais, de monitoramento climático e na vivência cotidiana nos rios, o fenômeno El Niño continuará afetando o nível das águas e provocando um volume menor de chuvas nos próximos meses.

“As bacias e hidrovias não estão secas como no auge do verão, mas a subida está lenta e muito abaixo do que seria normal para este mês. O transporte de cargas não foi interrompido nos piores momentos da crise e não será agora, mas estamos atentos para assegurar a continuidade das operações dentro das normas de segurança e sustentabilidade”, 

destacou o vice-presidente do Sindarma, Madson Nóbrega.

Rios no Amazonas está abaixo do esperado para o transporte fluvial de cargas. Foto: Divulgação/Sindarma

Nóbrega acrescentou que nesta primeira quinzena de dezembro, algumas das regiões mais preocupantes, de acordo com o nível dos rios, são no Alto Solimões, próximo do município de Tabatinga, e na Boca do Madeira, entre Nova Olinda do Norte e Borba.

“As chuvas na Região Metropolitana de Manaus tem pouco efeito para as condições de navegabilidade na bacia. O importante é que chova nas cabeceiras dos rios nos Andes, no Peru e na Bolívia. Quanto maior o volume nestes locais, melhor a navegação em toda a Amazônia”. 

Prejuízos

Dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) divulgados em novembro, indicam que a seca no Amazonas teve reflexos pontuais na navegação da região. Na bacia do Rio Negro, por exemplo, o volume de cargas transportadas entre julho e setembro diminuiu 18,3% em comparação com o mesmo período de 2022, principalmente de óleo bruto (-83%) e derivados de petróleo (-23%).

Ainda segundo o órgão, na hidrovia do Rio Amazonas, houve o crescimento de 1,8% na navegação interior e na do Rio Madeira, uma das mais afetadas na estiagem, não houve redução nos volumes transportados no terceiro trimestre de 2023, com queda de 42% nos contêineres transportados.

“Apesar de todas as dificuldades, as empresas transportadoras do Amazonas mantiveram seu compromisso com o desenvolvimento social e econômico do estado, afastando qualquer risco de desabastecimento na região e seguiram as atividades apesar contabilizar prejuízos significativos provocados pela estiagem e ausência de apoio para continuidade das operações”, afirmou o dirigente. 

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