Liberação controlada de agrotóxicos é investigada em pesquisa realizada no Mato Grosso

O estudo pretende evitar o desperdício de recursos e diminuir impactos à natureza e ao ser humano.

Os desafios para auxiliar a produção agrícola de forma sustentável, com respeito pelo meio ambiente, é o objetivo da recente pesquisa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que busca o desenvolvimento de uma tecnologia para liberação controlada de agrotóxicos usando silicatos híbridos, que pretende evitar o desperdício de recursos e diminuir impactos à natureza e ao homem.

“A ideia foi construída a partir das iniciativas no âmbito da rede matogrossense de nanotecnologia para agricultura (Rede MT-NanoAgro). Na tecnologia de liberação controlada a formulação contém produtos que visam a fixação no alvo e liberação lenta. Está liberação se dá a partir da interação da molécula com o silicato, por exemplo, que a retém e vai liberando controladamente por interações físico-químicas como radiação, temperatura e pH, por exemplo”,

explica.

Pesquisa investiga liberação controlada de agrotóxicos. Foto: Willian Gomes/Secom UFMT

O docente completa que a ideia partiu da colaboração do docente do Departamento de Química da Universidade Federal de Maranhão (UFMA), Tiago Gomes dos Santos, especialista em materiais à base de silicatos híbridos. 

“De fato, já existem várias pesquisas demonstrando o funcionamento destes silicatos para diferentes pesticidas, em alguns casos experimentos in vitro e casas de vegetação. O desafio ainda são as pesquisas aplicadas. Os silicatos híbridos podem ser uma alternativa viável para esta aplicação, promovendo melhor eficiência e eficácia no uso dos agrotóxicos no campo e, ao mesmo tempo minimizando riscos de contaminação do meio ambiente”,

ressalta.

Parcerias para a ciência

Ainda dentro dos objetivos específicos, o pesquisador destaca o esforço tecnológico para síntese em preparação do silicato hospedeiro da molécula do agrotóxico, sua caracterização nanoestruturada e os experimentos de liberação controlada in vitro e no campo. “Este último o maior desafio, pois implica realizar experimentos mais próximos da realidade da aplicação tecnológica que está sendo explorada como inovação pelo grupo de pesquisadores da UFMT e da UFMA”, disse.

Para Ailton José Terezo, a aplicação dos nanomateriais híbridos entre silicatos e agrotóxicos têm aplicação direta na agricultura e pode representar ganho em termos de eficiência e otimização do uso no campo. “A parte de preparação dos silicatos híbridos ficará à cargo da UFMT enquanto que na UFMA serão realizados os ensaios de liberação dos agrotóxicos in vitro. É uma parceria que surgiu na fase inicial do projeto e vamos trabalhar para consolidá-la”, destacou.

O docente analisa que os editais de apoio à pesquisa são a fonte básica de financiamento das atividades laboratoriais nas instituições e garantem produção científica e formação de recursos humanos. “Para esta pesquisa a colaboração que surgiu com a UFMA poderá ampliar as resultar importante intercâmbio de conhecimento e troca de experiências técnicas entre pesquisadores e estudantes”, destacou.

Também integram a equipe do projeto o docente do Departamento de Química da UFMT, Adriano Buzutti de Siqueira, e a técnica deste Departamento, Adriene Moura Barboza. Da UFMA, Cícero Wellington Brito também compõe a equipe que neste estágio inicial da pesquisa, realiza a organização das atividades e a seleção de alunos, da UFMT e UFMA para atuar no projeto. A pesquisa está planejada para ser realizada dentro de dois anos, podendo ser estendida em função dos resultados a serem alcançados.

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