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Sexta, 26 Abril 2024

Áreas produtoras de caranguejo e camarão no Pará ganham diagnóstico pesqueiro

Áreas produtoras de caranguejo e camarão no Pará ganham diagnóstico pesqueiro
A costa do estado do Pará compõe, junto com o litoral maranhense, a segunda maior área contínua de manguezais do mundo, alcançando cerca de 1,38 milhões de hectares, ao longo de 6,8 mil km de costa. O litoral paraense também é a região responsável pela maior produção de caranguejo-uçá do Brasil, abastecendo não apenas o mercado interno, mas outros estados, em especial o nordestino.


Em 2006, último dado oficial disponibilizado pelo Ibama registrou uma produção de 3,6 mil toneladas de caranguejo-uçá. Apesar da importância econômica, a inexistência de estudos sobre a produção e as relações sociais e econômicas da cadeia produtiva dificulta a definição de políticas mais efetivas para o desenvolvimento da atividade econômica.


Foto: Divulgando

Em 2015, a Unesco Brasil em cooperação com o Fundo Vale e o apoio da Fundação Mitsui Bussan do Brasil iniciou o Projeto Pesca Sustentável na Costa Amazônica (PeSCA) para apoiar o desenvolvimento sustentável e o fortalecimento das cadeias produtivas do caranguejo e dos camarões regionais. Como parte do projeto, foi apresentado, nesta quarta-feira (4), na sede da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e da Pesca (Sedap) o relatório “O caranguejo-uçá e o camarão regional-da-Amazônia no estado do Pará: as cadeias de valor da pesca artesanal de camarão e caranguejo na Costa Amazônica do Brasil - Contexto social, econômico, ambiental e produtivo”, uma publicação elaborada de forma participativa com as comunidades pesqueiras e a equipe técnica da Sedap, além de instituições de ensino e pesquisa dos estados envolvidos.

Desde que foi iniciado, o projeto PeSCA beneficiou aproximadamente 10 mil famílias de cerca de 30 comunidades pesqueiras do Amapá, do Maranhão e do Parána cadeia produtiva do caranguejo, e as colô. Em território paraense, as comunidades pesquisadas foram as Reservas Extrativistas de São João da Ponta, Caeté- Taperaçu e Soure, nias pesqueiras de Curralinho, no caso do camarão regional. Além de levantar informações, as equipes do projeto também desenvolveram ações para formação de novas lideranças entre mulheres e jovens. No caso do Pará, o estímulo ao protagonismo feminino mostrou-se particularmente importante já que, de acordo com o diagnóstico, o estado possui uma forte presença das mulheres nas atividades ligadas à pesca, principalmente do camarão. Nos manguezais, a atividade é predominantemente masculina.

O diretor de Pesca e Aquicultura da Sedap, João Terra explicou que a publicação da Unesco é uma importante ferramenta para o planejamento de ações. “Nos últimos anos o setor da pesca em todo o país sofreu duras perdas institucionais. É fundamental retomar as pesquisas e estudos para que possamos definir estratégias para o desenvolvimento deste importante setor econômico no Pará”, disse.

Para o coordenador do projeto e oficial de Meio Ambiente da Unesco Brasil, Massimiliano Lombardo, o diagnóstico é uma contribuição para preencher a lacuna em termos de informações e dados estatísticos a respeito da pesca artesanal no Brasil, ajudando na elaboração de propostas para solucionar barreiras hoje existentes como a falta de linhas de crédito específicas, o baixo grau de organização das comunidades, a grande dependência de atravessadores e a precária infraestrutura de captura, de armazenamento e de beneficiamento da produção.

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