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Sexta, 26 Abril 2024

Acre decreta emergência ambiental devido à estiagem e queimadas e cria sala de situação

Devido à falta de chuvas no estado, diminuição do nível dos rios, baixa umidade do ar, elevação no número de queimadas e o agravante da Covid-19, o governador do Acre, Gladson Cameli, decretou situação de emergência no estado.

A publicação foi divulgada no Diário Oficial do Acre, nesta terça-feira (1º), mas o governo já tinha anunciado. O decreto tem duração de 180 dias.

O decreto é publicado no período em que a situação da fumaça toma conta das cidades e que só a capital acreana, Rio Branco, contabiliza mais de 6 mil casos de doenças respiratórias em meio à luta contra o novo coronavírus. As autoridades já haviam sinalizado o alerta quando apresentaram dados da Operação Focus II, na última semana.

Foto: Juan Diaz/Arquivo pessoal

Dados do satélite Aqua, usado como referência pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), até domingo (30), mostram que entre janeiro e agosto deste ano já foram contabilizados mais de 4 mil focos de calor, sendo que 3.578 foram registrados apenas em agosto.

Além disso, o Acre tem mais de 24,6 mil casos de Covid-19 e 612 mortes pela doença até segunda (31). Mais de 110 pessoas estavam hospitalizadas em tratamento contra a doença e 19.620 já receberam alta e são consideradas curadas.

O secretário de Meio Ambiente, Israel Milani, disse que a preocupação é que o mês de agosto foi intenso e ainda tem mais dois meses pela frente de seca. Ele reforçou que uma das maiores preocupações é com as doenças respiratórias.

"Nosso agosto foi bem difícil, os órgãos fiscalizadores estão em campo mas, só aqui em Rio Branco, nós temos mais de 4 mil hectares de queimadas urbanas. Pensando nesses próximos meses, o governo decretou situação de emergência ambiental. O Acre é o segundo da Amazônia a fazer isso e temos aí ainda uma questão de saúde pública. Essas queimadas agravam a questão das doenças respiratórias e, fora os casos de Covid-19, mais de 6 mil pessoas deram entrada no sistema de saúde, o que acaba sobrecarregando", pontuou.

Milani disse ainda que que a decisão ocorreu após uma visita do governador ao Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambienta (Cigma) quando foi repassado a ele a situação de como está o estado.

"Com essas informações, conversamos com o Corpo de Bombeiros e ficou definido que iríamos decretar emergência ambiental para que nós possamos preparar o terreno para os órgãos de fiscalização irem a campo [de forma intensificada]. Aqui no Cigma, desde o começo do ano, já estamos emitindo alerta e colocamos equipes em campo o ano inteiro. O problema é que chegamos no mês de agosto e mais de 80% do focos de calor do ano foram em agosto", acrescentou.

Em 2019, o governo decretou situação de emergência ainda no dia 23 de agosto. No decreto deste ano, o governo leva em consideração que os meses de agosto e setembro são o que registram os maiores índices de incêndios florestais e queimadas urbanas.

A falta de chuvas na região nesta época do ano é uma das causas para esse aumento de queimadas. Nessa época do ano, as pessoas aproveitam para queimar. Na última semana, a diretora executiva da Secretaria de Meio Ambiente, Vera Reis, disse que o acreano ainda tem a cultura de queimar.

"As pessoas culturalmente queimam nessa época do ano. Então, ao invés de agrupar os resíduos e colocar em um processo de recolhimento convencional, elas acham mais fácil queimar. São pessoas que não têm noção de que a fumaça pode afetar a saúde das pessoas. Lembrando que doença respiratória agravada por fumaça pode levar à morte. Não é só a Covid-19 que mata", explicou.

Sala de Situação

Com o decreto, o governo ainda criou a sala de situação, que vai ser coordenada pela Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil (Cepdec), com apoio técnico da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e coordenação operacional do Corpo de Bombeiros (CBMAC).

A Situação de Emergência permite que a Cepdec peça apoio técnico e logístico de toda a administração pública estadual, direta e indireta, para adotar medidas de prevenção, combate e o controle de incêndios florestais e queimadas urbanas.

A sala de situação no que compete às ações da Sema, tem como objetivo diagnosticar a situação das queimadas e ocorrências de chuvas nos municípios, elaborar e disponibilizar os boletins de focos de calor e de índices pluviométricos, entre outros.

Já os bombeiros devem mobilizar todo o efetivo disponível da corporação em todas as regionais do estado para atuarem de forma efetiva na operação de combate e controle de queimadas.

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