Equipes do ICMBio atuam na região para conter a propagação das chamas que estão a cerca de 2 quilômetros de uma reserva. Unidade possui cerca de 400 mil hectares e abriga espécies como pirarucu, ariranha e onça-pintada.
Um incêndio de grandes proporções ameaça a Reserva Biológica do Lago Piratuba, na região Leste do Amapá. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), uma área de mata com açaí nativo a cerca de 2 quilômetros já teve 1,5 mil hectares consumidos pelas chamas.
A reserva possui cerca de 400 mil hectares e está localizada entre os municípios de Amapá e Tartarugalzinho que estão em situação de emergência reconhecidos pela Defesa Civil Nacional, que integra o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). A área abriga um ecossistema fundamental para a conservação de pirarucu, ariranha e onça-pintada.
Militares do Corpo de Bombeiros e da Polícia Ambiental atuam em outras áreas atingidas pelos incêndios em ambos os municípios. Sobre a ameaça à reserva, a chefe da Reserva Biológica do Lago Piratuba, Patrícia Pinha, informou que o ICMBio iniciou os trabalhos de abertura de trincheiras no dia 2 de novembro.
“A gente tem um incêndio com a propagação predominantemente subterrânea, e para isso é necessário executar linhas de controle e interromper o ‘combustível’. A gente não consegue fazer um combate direto a esse tipo de incêndio e a técnica mais eficiente nesse caso é a remoção do ‘combustível’, que é a matéria orgânica no subsolo que é conhecida como turfa”,
explicou a chefe da reserva.
O ICMBio informou que o incêndio ocorre em uma fazenda a cerca de 2 quilômetros do limite sudeste da unidade. Sobre os incêndios em turfas, existe a emissão de grandes quantidades de carbono e, podem durar semanas ou até meses, informou o instituto.
Um helicóptero está dando apoio no transporte das 22 brigadas que atuam na região. O prefeito do município de Amapá, Carlos Sampaio, disse que uma ação de ajuda humanitária para o distrito do Sucuriju, que está dentro da reserva, está levando água potável através do helicóptero do Grupamento Tático Aéreo (GTA) e de uma embarcação.
Uma balsa com mais de 200 mil litros de água potável foi levada em direção ao distrito nesta segunda (6). “A ação vai beneficiar os cerca de 500 moradores ribeirinhos que sofrem com a escassez de água“, informou Sampaio. Em 2001, a unidade sofreu o maior incêndio já registrado, com cerca de 60 mil hectares destruídos pelo fogo.
*Por Rafael Aleixo, do g1 Amapá
