Manaus na literatura: confira as obras que se passam na capital amazonense

Da época colonial à atualidade, a capital do Amazonas foi eternizada em diversas obras literárias
 

Manaus, também conhecida como ‘Paris dos Trópicos’, é inspiração de muitos artistas. Além de ser eternizada em músicas e projetos audiovisuais, a capital amazonense também é retratada como cenário de obras literárias. O Portal Amazônia selecionou nove livros que se passam em Manaus; confira:

 

Frauta de Barro – Luiz Bacellar

 

Lançada no início dos anos 60,  o livro ‘Frauta de Barro’, de Luiz Bacellar, mostra a poesia de uma forma mais picante. Nas páginas, o escritor mostra sua percepção de Manaus, envolvendo sociedade e lirismo. A sexta edição do livro foi dividida em sete partes: “Variações de um prólogo”, “Poeta veste-se”, “10 sonetos de Bolso”, “Romanceiro Suburbano”, “Sonetos Provincianos”, “Três Noturnos Municipais”, “Dois Esforços” e uma série de “Poemas Dedicados”.

 

Foto: Reprodução

 
Dois Irmãos – Milton Hatoum
 

Dois irmãos é a história de como se constroem as relações de identidade e diferença numa família em crise. O enredo desta vez tem como centro a história de dois irmãos gêmeos – Yaqub e Omar – e suas relações com a mãe, o pai e a irmã. Moram na mesma casa Domingas, empregada da família, e seu filho. Esse menino – o filho da empregada – narra, trinta anos depois, os dramas que testemunhou calado. 

 

Buscando a identidade de seu pai entre os homens da casa, ele tenta reconstruir os cacos do passado, ora como testemunha, ora como quem ouviu e guardou, mudo, as histórias dos outros. Do seu canto, ele vê personagens que se entregam ao incesto, à vingança, à paixão desmesurada. O lugar da família se estende ao espaço de Manaus, o porto à margem do rio Negro: a cidade e o rio, metáforas das ruínas e da passagem do tempo, acompanham o andamento do drama familiar.

 

Foto: Reprodução

 
Galvez, Imperador do Acre – Márcio Souza

 

Trata-se de um folhetim histórico-farsesco baseado na vida de Luis Gálvez Rodríguez de Arias (1864-1935), aventureiro espanhol que se envolveu com as disputas em torno da posse do território do Acre, no final do século XIX. O livro narra o envolvimento de Luis Gálvez Rodríguez de Arias nos conflitos que culminaram com a anexação do Acre ao Brasil – até então uma região sem fronteiras definidas, cobiçada por brasileiros, bolivianos e norte-americanos.

 

A publicação gerou escândalo e manifestações da elite amazonense, que pleiteou sua interdição. Ainda assim, o livro se impôs, conquistando adesão da crítica e dos leitores; ganhou traduções e colocou a ficção amazonense no mapa da modernidade literária dos 1970.

 


Foto: Reprodução

 
Mundo mundo vasto mundo – Carlos Gomes
 

 

Os contos que compõem a obra são expressivos da vida em Manaus nos anos 50 e 60 do século passado. O tom crítico se sobressai nas histórias, com o narrador abordando temas como a cultura popular, o êxodo rural, a monotonia das repartições públicas e o clima político da época.

 


Foto: Reprodução

 
O Tocador de Charamela – Erasmo Linhares
 

Um dos mais expressivos escritores amazonense, Erasmo Linhares estreou na literatura em 1979, com “O Tocador de Charamela”. No prefácio da primeira edição o escritor e padre Luís Ruas assim define o contista: “alguém que se debruça sobre a realidade, e principalmente sobre a realidade humana – na sua grandeza e na sua miséria (…) para transfigurá-la como convém ao Artista”.

 


Foto: Reprodução


A Ilusão do Fausto – Edinea Mascarenhas

 

A ilusão do Fausto é um estudo pioneiro sobre uma cidade, Manaus, que foi planejada e construída para atender a uma demanda do capital internacional. Já muito se comentou e escreveu sobre o espaço embelezado da cidade: suas praças, seus monumentos, seus edifícios suntuosos, dotados de estilos superpostos, importados da Europa. Esta é a Manaus mais divulgada, a cidade revelada em fotografias e cartões-postais.

 

Foto: Reprodução


Relato de um certo Oriente – Milton Hatoum

 

Após um longo período de ausência, uma mulher regressa a Manaus, cidade de sua infância. Deseja encontrar Emilie, a extraordinária matriarca de uma família libanesa há muito radicada ali. Encontra a casa desfeita – como desfeitas para sempre estão as casas da infância. Situado entre o Oriente e o Amazonas, este relato é a busca de um mundo perdido, que se reconstrói nas falas alternadas das personagens, longínquos ecos da tradição oral dos narradores orientais.

 


Foto: Reprodução

 

Expressão Amazonense – Márcio Souza

 

Um dos ensaios mais importantes sobre o processo cultural no Amazonas, o livro de Márcio Souza é um texto de leitura obrigatória por parte dos estudiosos do tema. O autor apresenta um amplo painel sobre os autores e as obras mais expressivas produzidas na região, inserindo-as no contexto sócio-histórico.

 


Foto: Reprodução

 
No tempo de eu menino – Odenildo Sena
 

Um livro de crônicas de um menino que sobreviveu ao tempo e às exigências da vida adulta. Ele tem como palco o bairro de São Raimundo, o dos tempos de menino de Odenildo Sena. Aqui, o autor narra histórias, como um guardião que se empenha em rememorar tempos que não voltam mais nem para ele e nem para o bairro onde viveu.

 


Foto: Reprodução 
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