Grupo Rede Amazônica: 48 anos de história e inovação na vanguarda da internet na Amazônia

Em 1996, o Grupo Rede Amazônica inaugurou um dos primeiros provedores de acesso à internet na região.

Quando se fala em meios de comunicação, pensa-se em revista, jornal, televisão, rádio e mais recente, na internet. A rede mundial de computadores integra esses veículos e os potencializa para um alcance mundial. Na Amazônia, os desafios em comunicação são grandes e para os pioneiros em mídia, ainda maiores. Completando 48 anos de criação nesta terça-feira (1), o Grupo Rede Amazônica (GRAM) é a maior empresa de comunicação na região e uma das primeiras em tecnologia e transmissão de dados.

“Nossa história de relação com a internet começa quando um amigo do meu pai (Phellipe Daou), fez uma sociedade e trouxe, além do serviço de internet, o pager e um sistema de radiocomunicação. Em 1996, criamos uma empresa chamada ‘Scan’ e ficou responsável por gerir essa estrutura, quando também lançamos um provedor de internet nas capitais da Amazônia, onde temos as afiliadas. A expansão desse serviço só foi possível quando fizemos uma parceria com a Mandic, que trouxe a internet comercial para o Brasil”, conta o CEO do GRAM Phelippe Daou Jr.

Phelippe Daou, CEO do Grupo Rede Amazônica. (Foto:William Costa/Portal Amazônia)

Na Amazônia, esses testes de conexão eram inovadores, e ainda com um serviço limitado e distante do que se tinha no eixo sul do país, já se pensava em aumentar a capacidade e dar acesso de internet à população, não só nas capitais, mas também no interior.

Segundo o assessor da presidência na empresa de Processamento de Dados Amazonas (PRODAM) e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Aristóbulo Angelim, a internet chega ao Estado com a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) ainda na década de 90, mas antes, uma parceria entre o órgão e o Grupo Rede Amazônica foi pioneira em transmissão.

“Antes da internet, tivemos uma primeira iniciativa em telecomunicações. Em 1982, por ocasião da primeira eleição em voto direto para governador. PRODAM e Rede Amazônica fizeram uma parceria para transmissão ao vivo da apuração das eleições nas quatro capitais da Amazônia Ocidental. E isso foi um marco histórico”, conta o professor.

Professor Aristóbulo Angelim, PRODAM. (Foto:Reprodução)

Ari também lembra de outras iniciativas e parcerias do GRAM na difusão de tecnologia e comunicação para a região.

“Em 2006, com o avanço das comunicações, fizemos uma nova parceria com o GRAM e implementamos um programa de governo, na época, que levou internet pública e gratuita para 15 municípios do interior do Amazonas, se utilizando a infraestrutura de torres da Rede Amazônica, em contra-partida, cedíamos banda de comunicação, e naquela época a velocidade era muito baixa, mas isso foi muito para a região”, pontua.

Phelippe lembra ainda que a empresa esteve a frente, com um dos pioneiros no envio de vídeos por Protocolo de Transferência de Arquivos (FTP).

“Fizemos, literalmente, uma engenhoca com software onde começamos a transferir vídeos de nossas praças para Manaus, coisa que hoje é fácil, mas naquela época era um grande avanço. Me lembro que o primeiro teste foi transferir de Manacapuru (AM) para a capital, e quando chegou o vídeo foi uma comemoração espetacular”, disse.

Rodrigo Motta, Varanda. (Foto:Reprodução)

Zappeando

Ainda na vanguarda da internet, o ex-apresentador do programa Zappeando, Rodrigo Motta, que ficou bastante conhecido na região com as dicas que dava sobre internet, conectividade e tecnologia, na década de 1990, lembra que saudosismo sua trajetória com a internet.

“Minha relação com a internet começou cedo, lembro que na época era uma interface monocromática, consultava bibliotecas e de vez enquanto se conseguia uma sala de bate-papo, tudo muito curioso e novo, bem acadêmica. Daqui eu poderia acessar uma biblioteca na California, por exemplo. Eu nem sabia falar inglês, mas era legal e até surreal, que tu digitava e segundos depois tu tinha resposta de alguém no outro lado do mundo”, conta Rodrigo Motta, atualmente como diretor de marketing e publicidade na Agência Varanda.

No Grupo Rede Amazônica, Rodrigo lembra que o quadro de dicas sobre internet durou cerca de 12 anos.

“Minha vida é muito marcada pela Internet. Mesmo hoje em dia, ainda é comum encontrar empresas que não a vejam como uma oportunidade de negócio. E o que me chama atenção é acompanhar a evolução de como as marcas e pessoas se relacionam no ambiente digital. Essa troca vem passando por constantes transformações e hoje em dia pode-se dizer que, mesmo digitalmente, tanto marcas quanto pessoas querem se sentir próximas umas das outras”, disse.

Portal Amazônia

No início dos anos 2000, à convite da equipe da Globo.com para integração e hospedagem de sites regionais das afiliadas, o GRAM apresentou o projeto de um site temático especializado em mostrar a região, seus fatos, sua história e a instantaneidade da notícia, deu-se o ponta-pé para o desenvolvimento do Portalamazonia.com.

“Nessa época estavam surgindo muitos portais, como o Terra, o UOl e outros. E a Globo fez esse convite pra gente em que cada afiliada poderia fazer do seu jeito. E meu pai começou a desenvolver o projeto de portal, que ele mesmo já chamava por esse nome e conversou com a Universidade do Amazonas a respeito disso. Depois me passou para administrar o projeto e fizemos um modelo diferente do da universidade, mas com muitas parcerias, e filosofia de sermos um grande concentrador de conteúdos sobre a Amazônia”, disse o CEO, ressaltando que o “o portalamazonia.com era inovador e à frente de sua época, um dos primeiros sites com essa estrutura de notícia regional”, completou.

Portal Amazônia, repórter Diego Oliveira. (Foto:William Costa/Portal Amazônia)

Com os esforços e em pleno funcionamento desde 2001, Rodrigo conta que também fez parte da história do Portalamazonia.com e lembra do primeiro recorde no número de acessos.

“Tudo era muito novo, não tão disseminado quanto hoje em dia. Na época do portalamazonia.com me marcou muito, é que depois de um tempo, todos nós empenhados em dar dicas, levar conhecimento às pessoas, e dar informações sobre nossa região, e penso ter sido o primeiro. Demorou, mas com nosso trabalho de construção, chegamos a 1 milhão de acessos e foi espetacular. O quê hoje se consegue, dependendo do assunto, em 1 hora. E nós, naquela época, conseguimos a marca com pessoas interessadas na busca de conhecimento sobre nossa região”, lembra.

Rede RNP, em 1994. (Foto:Divulgação/RNP)

Desafios

Entre as falas dos entrevistados, foi unânime necessidade na melhoria de internet na região, todos ponderam sobre o assunto.

“Na capital do Amazonas já se tem uma infraestrutura boa, mas no interior é problemático. Praticamente não há conectividade e isso é um problema que o poder publico precisará resolver. São cidades pequenas, que não desperta o interesse das empresas comerciais de telecomunicações”, disse o professor Ari.

“Internet nunca foi algo fácil em nossa região e até hoje temos dificuldade. Falar sobre internet para pessoas era muito difícil e complicado. Isso dá uma satisfação para vermos o quando evoluímos em conexão, mas necessitamos de muita infraestrutura”, ressalta Rodrigo.

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