Ressarcimento dos gastos nos últimos anos está entre os temas.
O governo de Roraima e a Presidência da República devem iniciar, nos próximos dias, as tratativas para o compartilhamento de responsabilidades em relação à imigração venezuelana. Também deve ser discutido o ressarcimento, determinado pelo Supremo Tribunal Federal, de parte do que o estado já gastou nos últimos cinco anos com o atendimento aos migrantes.
Nesta semana, equipes do governo estadual e secretarias da presidência se reuniram para tratar de temas como o crescimento populacional súbito, aumento de custos com educação, saúde e assistência social. O governador de Roraima, Antônio Denarium, destaca que cada secretaria deve apresentar sua demanda ao governo federal.
Segundo Eduardo Néris, representante da Secretaria Especial de Assuntos Federativos, o compartilhamento dos custos com a migração será debatido nos ministérios e a tendência é entender os pleitos e elaborar junto à União as ações e medidas a serem tomadas.
Segundo a Secretaria de Planejamento de Roraima, em 2015 a previsão do IBGE era de que em 2028, o estado teria 600 mil habitantes, mas com o fluxo migratório, atualmente o estado já conta com 630 mil habitantes.
No ensino público, o crescimento inesperado faz com que a Secretaria de Educação esteja sempre trabalhando com déficit de repasses federais, já que em quatro anos, de 110 alunos venezuelanos, as escolas passaram a contar com 5.175 estudantes imigrantes.
Nos abrigos, 70% das crianças e adolescentes são venezuelanas e 30% das mulheres em situação de vulnerabilidade também vieram do país vizinho.