Dia do artesão: mais que trabalho, uma relação de amor e um símbolo de resistência em Boa Vista

No Dia do Artesão, comemorado em 19 de março, a Prefeitura de Boa Vista traz histórias de quem dedicou a maior parte da vida a essa arte que atravessa gerações.

O artesanato é considerado uma das artes mais antigas da humanidade, carregando em si valores culturais, que contam um pouco da história e da identidade de um povo. Apesar dos avanços tecnológicos, profissionais que atuam na área seguem resistindo e mostram que trabalhar com o que se ama é essencial para que essa arte se perpetue pelas próximas gerações.

“A gente veste a camisa e resiste”, dona Juraci Vieira, uma das primeiras profissionais a atuar no Centro de Artesanato Velia Coutinho. Foto: Giovani Oliveira/Semuc/PMBV

Um desses exemplos é o da Dona Juraci Vieira, uma das primeiras artesãs a chegar no Centro de Artesanato Velia Coutinho, no Complexo Ayrton Senna, em Boa Vista, inaugurado em 12 de julho de 2003, pela Prefeitura de Boa Vista.

Ela conta que começou na área após conhecer um grupo de artistas que trabalhava com cerâmica. Em seguida conheceu outros artesãos e fundou em 2002 a Associação dos Artesãos Similares de Roraima. “Vendíamos nossos trabalhos em feiras que montávamos em praças da cidade”, disse.

“Amor por essa arte”, Ana Cláudia, uma das artesãs do Centro de Artesanato. Foto: Giovani Oliveira/Semuc/PMBV

Ela destacou que o artesanato também é parte de sua identidade, tendo em vista os anos de história trabalhando na área. “O artesanato na minha vida representa absolutamente tudo. Nós artistas, enfrentamos sim certas dificuldades, porém, a gente veste a camisa e resiste, por entender a importância dessa arte para a nossa cultura e por amarmos o que fazemos”, explicou.

Quem visita o ‘quiosque’ de Juraci, no Centro de Artesanato Velia Coutinho, encontra desde itens pequenos, como chaveiros a cestarias e cocares indígenas. “Tudo que vendemos hoje aqui é feito com matéria-prima da nossa terra, colhidas in natura. São peças únicas, produzidas com muito carinho”, contou.

O Centro de Artesanato Velia Coutinho, localizado no Complexo Ayrton Senna. Foto: Leo Costa/Semuc/PMBV

Conquista 

Ana Cláudia também atua no Centro de Artesanato Velia Coutinho e começou sua trajetória na área em Manaus (AM), trabalhando, junto ao marido, com madeira, sementes de jarina e açaí. Há sete meses, seu companheiro de vida a deixou e ela assumiu o comando da loja.

“Tudo que conquistei na vida, junto ao meu marido, é fruto de muito trabalho e muito amor por essa arte. Temos muito que nos orgulhar. O artesanato do norte é único, diferenciado e infelizmente as próprias pessoas daqui não valorizam tanto quanto o pessoal de fora”, revelou.

Feira de Gastronomia e Artesanato do Parque do Rio Branco. Foto: Fernando Teixeira/Semuc/PMBV

O Centro de Artesanato Velia Coutinho

O local é coordenado pela Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura de Boa Vista (Fetec). Conta com quatro quiosques que possuem os mais diferentes tipos de produtos, todos feitos manualmente.

Funciona de terça a sábado, das 14h às 20h. Outra opção também é a Feira de Gastronomia e Artesanato do Parque do Rio Branco, que conta com 40 estandes, aberta de sexta a domingo, das 17h às 20h30. 


Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Parque do Utinga bate recorde de visitantes em 2024 e projeta ações para a COP30 em Belém

Até o dia 13 de dezembro, mais de 470 mil pessoas passaram pela Unidade de Conservação (UC), superando em 40 mil o total registrado no mesmo período de 2023.

Leia também

Publicidade