Pesquisador produz miniatlas com mapas atualizados do arquipélago do Marajó

O conjunto de mapas presentes no Mini Atlas Marajoara se apresenta como ferramenta que pode ser utilizada por alunos e professores do ensino fundamental e médio de todo o Estado.

O que você sabe sobre o arquipélago do Marajó? Localizado no norte do Pará, este conjunto de ilhas recebe o título de maior ilha fluviomarítima do mundo, com mais de 104.000 km², apresenta vestígios de atividade humana que datam de 1.000 a.C. Para compor o acervo de produções e estudos sobre a região, o pesquisador Kildren Pantoja produziu o Mini Atlas Marajoara como parte de sua pesquisa de mestrado. O produto apresenta mapas atualizados da ilha do Marajó, com enfoque na região de Soure-Salvaterra, e foi pensado como forma de incentivar a pesquisa acadêmica voltada à região e ao uso dos mapas com alunos da Ilha.

A iniciativa de produção do miniatlas surgiu da dificuldade de se encontrar produções cartográficas atualizadas da região do Marajó. Assim, Kildren e o Laboratório de Análise Ambiental e Representação Cartográfica da Universidade Federal do Pará (LARC/UFPA) produziram seis mapas com base nas legislações do arquipélago, as quais apresentam a nova regionalização da região Soure-Salvaterra e da região de Breves, as unidades de conservação do arquipélago, os distritos de Salvaterra e a localização das comunidades quilombolas presentes na região, o limite urbano de Soure e a localização da Reserva Extrativista Marinha de Soure.

O material foi produzido como parte da dissertação de mestrado ‘Propriedade Intelectual como instrumento do Etnodesenvolvimento: Oportunidades na Região imediata Soure-Salvaterra, Marajó, Pará’, com autoria de Kildren Pantoja, orientada pelo professor André Cutrim Carvalho, e agora editada para o livro ‘Etnodesenvolvimento, Propriedade Intelectual & Marajó’. 

A pesquisa foi realizada no PPGEDAM, do Núcleo de Meio Ambiente (NUMA) da UFPA, com base na consulta das regulações vigentes no território, como as Leis Orgânicas de Soure-Salvaterra, e nas normas do ICMBio, IBGE e IdFlorBio. Houve, ainda, a entrevista com moradores da região, como Carmelita de Fátima Amaral, coordenadora da UEPA, Campus Salvaterra.

“O arquipélago do Marajó, apesar das amplas e conhecidas potencialidades econômicas, tem-se notabilizado pela histórica falta de investimentos em capital social básico nas últimas décadas. É essa lacuna que o Mini Atlas Marajoara pretende preencher, procurando trazer à baila uma série de informações sobre as características territoriais do Marajó; as tradições culturais presentes nos municípios de Soure e Salvaterra; uma maior aproximação das comunidades locais com o conhecimento jurídico a partir do direito da propriedade intelectual e, principalmente, como instrumento de políticas públicas favoráveis ao desenvolvimento da região”, informa o orientador da pesquisa, André Cutrim.

Utilização na Educação e Pesquisa  

O conjunto de mapas presentes no Mini Atlas Marajoara se apresenta como ferramenta que pode ser utilizada por alunos e professores do ensino fundamental e médio de todo o estado, para visualizar as dinâmicas territoriais da maior ilha fluviomarítima do mundo, e também por pesquisadores de diversas áreas que desejam utilizar a produção como objeto de estudo da região ou até expandir a pesquisa em outros mapas do arquipélago.

“Aquele que não conhece o seu território não pode mudar sua realidade. Acredito que a produção torna possível entender o território que estão pesquisando através da visualização das cartas imagem disponíveis. Depois, conseguir, através dessas cartas e das informações por meio delas obtidas, conceber como as características territoriais locais interferem e conversam com seu objeto de pesquisa, como se dão as dinâmicas territoriais que envolvem tais objetos e quais legislações recaem sobre estes lugares. Saber que seu locus de pesquisa está em uma Área de Proteção Ambiental, ou em uma Reserva Extrativista, ou em um Parque Estadual, faz toda diferença para uma pesquisa com resultados mais assertivos e de caráter interdisciplinar”, 

exemplifica Kildren Pantoja.

O pesquisador autoriza e incentiva a utilização do Mini Atlas Marajoara nas salas de aula e disponibiliza sua produção gratuitamente.
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