Dia Nacional da Indústria: Pandemia gera a maior crise da história do PIM

Grande parte das empresas continua com produção paralisada e outras que ainda estão em operação tiveram queda produtiva, segundo informa a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam)

Empresários, especialistas e políticos são taxativos ao apontar que os impactos da pandemia no Polo Industrial de Manaus (PIM) são negativos e marcam a pior crise já registrada pelo principal modelo econômico do Estado, desde sua criação na década de 1960. Apoiados nos números que relatam queda de 53% na demanda no setor de bens e consumo duráveis eles comentam a situação de investidores e trabalhadores que, no dia Nacional da Indústria comemorado nesta segunda-feira (25), seguem na expectativa de reanimação do setor industrial pós pandemia.

Atividades no Polo Industrial de Manaus (Foto:Divulgação/Aleam)

Membro da Comissão de Indústria, Comércio e Zona Franca da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado Dermilson Chagas (Podemos), diz que o cenário global tem impacto direto nos resultados da Zona Franca de Manaus (ZFM) e que isso é outro aspecto que gera preocupação. “Está bem claro para a população que todos têm de fazer poupança, porque vivemos uma incerteza muito grande na economia, durante essa pandemia e em relação à geração de postos de trabalho”, enfatizou.

O deputado Augusto Ferraz (DEM), que também ocupa cadeira na Comissão da Indústria da Aleam, diz que a manutenção dos postos de trabalho é uma preocupação comum entre os parlamentares. “Como o período de quarentena está se estendendo, impreterivelmente os postos de empregos serão atingidos. Não há o que fazer senão a readequação à nova realidade, e por isso estamos torcendo muito para que tudo se normalize. São famílias que estão sendo atingidas e temos que encontrar um equilíbrio para que a situação não piore”, reforçou o deputado Augusto Ferraz (DEM).

Atividades suspensas

Grande parte das empresas continua com produção paralisada e outras que ainda estão em operação tiveram queda produtiva, segundo informa a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam). Os setores mais afetados são produtores de bens de consumo duráveis (que é o caso do PIM) com exceção dos segmentos de fármacos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Deve haver, ainda, uma queda na demanda por produto em 71% das empresas, sendo que 53% já relatam queda intensa.

Mas embora tenha sido constatada a queda na produção, a entidade assegura o máximo esforço por parte dos empresários em manter os postos de trabalho e não tem dados sobre o número de demissões efetuadas no período pandêmico. “Os trabalhadores foram treinados e capacitados para desenvolver suas atividades profissionais. Portanto, em razão do investimento que é feito no trabalhador, ele passa a ser o último redutor de despesa. Além do mais, as recentes medidas anunciadas pelo Governo, como a redução proporcional de jornada e salários, ajudarão muito neste processo”, informou Nelson Azevedo, vice-presidente da Fieam.

Pesquisa e otimismo

A Confederação Nacional das Indústrias (CNI), ouviu 734 indústrias de pequeno, médio e grande porte em todo o País e divulgou que 58% adotaram o trabalho domiciliar (home office), 47% deram férias para parte dos empregados, 46% afastaram empregados com sintomas e 35% recorreram ao uso do banco de horas. Um total de 21% separou equipes por turnos menores e 19% deram férias coletivas para todos os empregados. Até agora, 15% das empresas pesquisadas demitiram funcionários.

A pandemia pelo novo coronavírus lançou desafios aos empresários que, no Amazonas, em boa parte, se mostra otimista para superar o atual obstáculo e entrar em um novo ciclo. “As indústrias estão seguindo todas as recomendações do Ministério da Saúde e das autoridades sanitárias para operar em segurança. Não há dúvidas de que novas oportunidades surgirão para a economia do Amazonas. Somos a planta industrial mais qualificada para substituir as importações e o Polo Industrial mostrou total capacidade de produção de qualquer artefato ou produto. Sofremos na pele o que significa depender em mais de 90% da cadeia asiática de suprimentos. Temos obrigação de começar a fabricar aqui a maior parte dos insumos que o PIM utiliza. Precisamos, apenas, nos manter unidos, atentos e preparados para uma nova economia”, finalizou Nelson Azevedo, vice-presidente da Federação das Indústrias local.

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