Congressode Biotecnologia encerra com entrega de prêmio Nanocell e relatos deempresas de sucesso

Prêmio Cientistas e Empreendedor do Ano Instituto Nanocell. Foto: Divulgação/Inpa

Durante quatro dias, cientistas de várias partes do Brasil debateram no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), temas como biotecnologia, biodiversidade, câncer e descobertas de novas drogas. O Congresso de Biotecnologia Sustentável na Biodiversidade Amazônica foi encerrado nesta quinta-feira (20) com a entrega do I Prêmio Cientistas e Empreendedor do Ano Instituto Nanocell. No encerramento, três empresas de biotecnologia contaram seus relatos como empreendedora de sucesso.

Os premiados foram indicados pela academia e pelo público leigo, como os melhores cientistas e empresas de biotecnologia de suas áreas. Ao todo, foram mais de 10 mil indicações. O Instituto Nanocell selecionou com base nos currículos dos cientistas e das empresas com maior número de indicações, aqueles que tinham méritos científicos e ações afirmativas suficientes para a premiação. Participaram da disputada 72 cientistas e mais de seis empresas de biotecnologia de várias regiões do Brasil.

Premiados

Na categoria Alunos, na área Biologia Geral, foi premiado Laércio Pol Fachin, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Na mesma área, na categoria Cientista-Professor, houve empate entre o diretor do Inpa e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) o pesquisador Luiz Renato de França, e a professora Alícia Juliana Kowaltowiski, do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP).

Foram premiadas, na área de Pesquisas com Células-Tronco, a aluna Fernanda Ferreira Cruz, do Instituto Carlos Chagas Filho (RJ), e a professora Mayana Zatz, do Instituto de Biociências da USP. Já na área de Biotecnologia Aplicada à Saúde, empataram as alunas Gabriela Hase Siqueira, do Instituo Butantan, e Raphael Sanches Peres, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP. Também foi premiado nesta área, o professor Ricardo Tostes Gazzinelli, da Fiocruz Roraima.

Na área do Câncer: da Prevenção à Cura, receberam o prêmio a aluna Gabriela Nestal de Moraes, do Instituto Nacional do Câncer, e o professor Roger Chammas da USP. Na área de Nanotecnologia: da Produção à Aplicação, os premiados foram o aluno Henrique Bücker Ribeiro, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e o professor Oswaldo Luiz Alves, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Já na categoria de Neurociências, novas Perspectivas para uma vida melhor, foram premiados o aluno Roberto Farina de Almeida, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e a professora Iscia Teresinha Lopes Cendes da Unicamp.

Empreendedorismo de sucesso

A empresa de biotecnologia Bug Agentes Biológicos foi a vencedora do prêmio Nanocell de Empreendedora do Ano. É uma empresa que produz e comercializa agentes de controle biológico, reconhecida em nível mundial. O gerente da área de Novos Negócios, Paulo Cesar Bogorni, explica que a Bug é uma empresa que nasceu como uma start-up, em 2010, dentro da USP.

De acordo com Bogorni, a ideia original era avaliar o que existe no campo em termos de inimigos naturais, principalmente, microvespas. “As vespas que a Bug produz parasitam ovos das principais pragas das grandes culturas, porque pega os insetos-pragas antes da fase que eles causam danos, que é na fase jovem ou adulta”, diz.

Segundo o gerente, em 2010, a empresa registrou, no Ministério da Agricultura, essa tecnologia como defensivo agrícola. Pela legislação brasileira, os inimigos naturais são considerados veneno. “Esses parasitóides são coletados no Brasil inteiro e um dos fatores de sucesso da empresa é o fato desses inimigos naturais serem coletadas “in loco”, porque são aclimatados a uma determinada região”, explica.

A sócio-fundadora da empresa Genotyping, a biomédica Debora Colombi, também mostrou a experiência da empresa de biologia molecular, fundada em 2008, na incubadora Prospecta, em Botucatu (SP). Em 2013, a empresa expandiu sua atuação para o setor de disgnóstico molecular, sendo a pioneira no uso de sequenciamento de última geração para análises genéticas.

Patricia Pelegrini, sócia da empresa Diagene – Diagnóstico Moleculares, sediada em Brasília, em 2001, mostrou um pouco do empreendorismo no Centro-Oeste. A empresa trabalha na área do agronegócios e desenvolve e comercializa kits diagnósticos para detecção de transgênicos, além de atuar na área da saúde humana, desenvolvendo processos de produção de medicamento, especificamente do glucagon, usado para tratar a hipoglicemia (uma enfermidade sofrida pelos diabéticos).

Consórcio Nacional

O general Guilherme Cals Theophilo Gaspar de Oliveira também participou do encerramento do Congresso de Biotecnologia com a palestra “Consórcio Nacional de Integração da Amazônia: Perspectivas no Brasil”. O general explica que o Consórcio é um sistema que está sendo desenvolvido no Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.

Theophilo Gaspar, que hoje é o comandante logístico do Exército Brasileiro, em Brasília, explica que o Sistema Defesa, Indústria e Academia (SisDia) é uma tríplice hélice que funcionará em conjunto para que a academia (pesquisadores), incentivados por alguma indústria, e com o governo, na gestão, possa se converter em produtos negociáveis. “Este sistema favorecerá o lucro para todos, o empresário que investiu, o pesquisador que investigou, e o Exército e a Defesa, que terão todo o conhecimento da biodiversidade da Amazônia”, diz o general.

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