Cinco fatos marcantes do Torneio de Futebol Feminino em Manaus

A seleção brasileira feminina fechou a temporada com o título do Torneio Internacional de Futebol Feminino em Manaus. O Brasil venceu a Itália por 5 a 3 e ficou com o troféu. A competição não é oficial, mas a festa coroou um ano de laço estreito entre a cidade e o estímulo ao futebol feminino. O Portal Amazônia destaca os cinco aspectos que mais merecem atenção sobre o inédito torneio na capital amazonense.Despedida de FormigaMais do que uma capitã, uma lenda. Formiga se despediu da seleção brasileira em alta, com vigor de sobra e um troféu erguido. Uma festa regada a muitas homenagens, a começar pelos cartazes espalhados pelas arquibancadas. No primeiro gol do Brasil, gestos de reverência à Formiga pelas companheiras. Substituída nos minutos finais, não poderia deixar o campo sem ser ovacionada. Um carinho que fez a volante se debruçar em lágrimas na comemoração do título.

Formiga fez seu último jogo com a camisa da seleção em Manaus. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

A despedida da capitã era uma atração à parte não só para os brasileiros. Chamou atenção quando toda a seleção italiana se reuniu em peso para uma singela selfie com a lenda. Definitivamente, um momento histórico. Sorte dos mais de 7 mil torcedores na Arena da Amazônia que viram de perto.Beatriz artilheiraO recorde de gols na história da Arena da Amazônia agora pertence a uma mulher. Ela nunca havia jogado por aqui – por mais que tenha passado por Manaus durante as Olimpíadas -, mas precisou de apenas quatro jogos para quebrar o recorde que pertencia a Gabigol, ex-Santos. Bia anotou cinco gols, foi a artilheira do Torneio Internacional e entrou para a história do estádio. 

Beatriz anotou cinco gols em quatro jogos no Torneio Internacional. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Em Manaus, Bia simplesmente esteve em outro nível. Um ‘tanque’, era praticamente capaz de conduzir sozinha as ações ofensivas da seleção. A atacante não foi só a artilheira, como também a melhor jogadora da competição com sobras – Andressinha e Fabiana também estiveram em ótimo nível.Novo modelo de jogoDurante o torneio, ficou evidente que a seleção já a começa a ganhar a cara da nova treinadora Emily Lima. Um padrão bem diferente do seu antecessor, Vadão. A técnica preza pela construção do jogo com a bola no chão, apoio simultâneo das laterais e muitas triangulações. Em que pese a mudança radical, a seleção só teve graves problemas para executar o modelo justamente na final, quando demonstrou insegurança ao gerar jogo a partir de Bárbara e cedeu à pressão esporádica das italianas em campo ofensivo. 

Emily Lima estreou pela seleção com o pé direito em Manaus. Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Emily reconheceu os erros, mas terá tempo para trabalhar e encorajou suas jogadoras a confiar no plano. “Eu ainda sinto elas inseguras em começar o jogo desde a Bárbara. Mas fizemos um levantamento e vimos que quatro ou cinco gols nossos iniciaram da Bárbara. 37 segundos de posse de bola, 50 segundos de posse onde a jogada termina com finalização e gol. Isso foi muito positivo”, avaliou a treinadora pós-jogo.Faltou público?Estava claro que os organizadores do torneio esperavam um público muito maior no Torneio Internacional, o que não necessariamente significa desinteresse. Bem, há de se considerar que a ausência de Marta e Cristiane frustrou muitas expectativas. E além da pouca divulgação pela cidade – nem mesmo a fachada da Arena tinha referência ao torneio -, as circunstâncias também não ajudaram. As duas primeiras rodadas enfrentaram concorrência da final da Copa do Brasil e da última rodada do Brasileirão. Já as duas últimas – sendo a primeira delas uma mera formalidade, pois Brasil e Itália já estavam na final -, tiveram a companhia de uma forte chuva que afugentou muitos torcedores.Manaus S2 futebol femininoA relação de afeto entre Manaus e futebol feminino é definitiva. Como não esquecer as 17 mil pessoas que compareceram à Arena só para ver o Iranduba na final da Liga Sub-20? E os cinco maiores públicos do Campeonato Brasileiro Feminino, todos do Iranduba? Neste sentido, o Torneio Internacional foi um prêmio para um torcedor que abraçou a causa e até se familiarizou com as jogadoras. As próprias atletas sentiram a energia, e não era incomum vê-las subirem as escadas de acesso à arquibancada para muitas fotos e gritos histéricos.

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