Vamos atualizar o Diário de Bordo da Expedição Pedro Teixeira que estamos realizando pelos rios da Amazônia.
Olá,
Vamos atualizar o Diário de Bordo da Expedição Pedro Teixeira que estamos realizando pelos rios da Amazônia.
Estamos em Santarém!
Nos primeiros dias fizemos uma experiência diferente. De lancha – para nos aproximarmos ao máximo da orla – fizemos um tour para olhar Santarém a partir do rio que banha a cidade.
Deixamos o veleiro Kûara fundeado próximo ao Iate Clube de Santarém e seguimos em direção ao porto. Três grandes navios, os famosos Panamax, de 60 mil toneladas estavam aportados. Dois embarcavam soja e milho, retirados das balsas atracadas no contrabordo dos navios. Essas commodities são transportadas da região Centro-Oeste do Brasil através da rodovia BR 163 até o porto de Miritituba, em Itaituba, no alto Tapajós. De lá elas descem o rio para fazer o transbordo em Santarém e seguir para os países compradores.
Só nos primeiros três meses deste ano 80 navios carregados de soja e 80 navios com milho, transportando 14,4 milhões de toneladas de grão deixaram Santarém rumo ao mercado exterior.
Essa movimentação do porto de Santarém é o principal alavancador da economia local.
Mais na frente passamos pelo mercado de peixe. Um fato curioso nos chamou a atenção. Considerando que o rio Tapajós está numa grande enchente, o mercado é um prédio avançado em cima d’agua, e os visitantes compram peixes e jogam no rio. O espetáculo a seguir é por conta dos botos que vão em busca de comida e de quebra fazem sua apresentação ao público. É o show da natureza.
Uma obra de infraestrutura nos chamou a atenção na orla de Santarém. A instalação de 6 piers para atracação de barcos de médio e pequeno porte que fazem o transporte de cargas e passageiros entre Santarem, as comunidades e as cidades vizinhas.
Navegando em direção a região central da cidade, nos deparamos com a igreja de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade. É uma obra do século 18. Foi erguida por determinação do governador Mendonça Furtado quando passou por aqui em 1758 e elevou o povoado à categoria de vila.
Conversei com o Padre Sidney, historiador, que nos informou que já havia uma obra iniciada no local quando Mendonça Furtado ordenou a construção. Há historiadores, todavia, que afirmam ser a catedral de Santarém projeto de Antonio Giuseppe Landi, o arquiteto preferido da Coroa Portuguesa na época de Marquês de Pombal. Mas isso a gente vai abordar em outro momento.
Mais adiante seguindo nosso tour pela orla, vista dos rio Tapajós, passamos pelo antigo trapiche municipal, hoje um terminal fluvial turístico.
Se tirarmos os olhos da cidade, e nos voltarmos para o rio, vemos o fenômeno do encontro das águas do Tapajós com o Amazonas, águas de cores e temperaturas diferentes que não se misturam e correm juntas por uma boa distância.
Descendo o rio, passamos pelo prédio onde funciona o Centro Cultural João Fona que também já abriu a prefeitura, serviu de cadeia pública e a intendência, no início do século 20.
Assim é Santarém vista do rio Tapajós.
Ao lançar o olhar sobre essa cidade fazemos viagem ao passado que remonta ao século 17 quando os Jesuítas instalaram ali um povoado, que no século 18 se transformou em vila e hoje é uma cidade com mais de 300 mil habitantes, um povo hospitaleiro, belezas naturais que saltam aos olhos e a transformam num dos preferidos destinos turísticos do Brasil.
Acompanhe nossa Expedição pelas redes sociais:
YouTube.com/oguarany
Instagram: @guaranysailing
@olimpioguarany
Facebook: guarany tv