Tartarugas-da-amazônia, nascidas no Mangal das Garças, são soltas no Parque do Utinga

Os ovos ganharam proteção contra predadores, por meio de ninhos especiais com contenções confeccionadas a partir de bambus e telas de metal. Após o nascimento, os animais foram inseridos em tanques e permaneceram em observação até estarem aptos para irem à natureza.

Cerca de 60 espécimes de tartarugas-da-amazônia, nascidas no Mangal das Garças, foram soltas no Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, por meio de uma ação coordenada entre a Organização Social Pará 2000, que administra o Mangal e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). 

Os espécimes estavam recebendo cuidados especiais pela equipe técnica do Mangal das Garças desde antes nascimento. Os ovos ganharam proteção contra predadores, por meio de ninhos especiais com contenções confeccionadas a partir de bambus e telas de metal. Após o nascimento, os animais foram inseridos em tanques e permaneceram em observação até estarem aptos para irem à natureza.

Foto: UCHÔA SILVA/PARA2000

O objetivo da ação foi preservar os filhotes da espécie, que no início da vida correm muitos riscos no habitat natural.

“Através de critérios técnicos de avaliação, definimos que o Parque do Utinga foi o mais adequado para este procedimento”, esclarece Moema de Jesus, do Setor de Fiscalização de Fauna e Recursos Pesqueiros da Semas.

Camilo Rodriguez, um dos veterinários responsáveis por cuidar das tartarugas, comenta que a espécie em questão é classificada como vulnerável na lista de animais de extinção e explica o modo de vida deles no Mangal das Garças. 

“São espécies que conseguem exercer vida livre no Mangal das Garças por conta das condições naturais que o espaço fornece. Num período de aproximadamente 40 a 60 dias os ovos destas tartarugas eclodem, e a equipe técnica do Parque fica atenta ao processo de nascimento dos filhotes, pois muitos deles costumam ficar enterrados na areia e poucas saem por conta própria. A maioria foi resgatada pelos funcionários Mangal”, conta o veterinário.

Segundo o veterinário, algumas tartarugas nasceram com o umbigo exposto, que durante o período de fecundação ficam conectados aos ovos. A equipe técnica teve que realizar a limpeza desta área sensível diariamente para que pudesse desinfeccionar.

“Nós conseguimos recuperar 62 tartarugas-da-amazônia, das quais 60 foram liberadas no Parque Estadual do Utinga e outras duas ficaram conosco. Só depois de garantir que todas as tartarugas estavam nas devidas condições para a liberação, que houve de fato a soltura delas no habitat natural”, disse Camilo Rodriguez.

Foto: UCHÔA SILVA/PARA2000

A estagiária de medicina veterinária Ana Karoline Neves, explica um pouco sobre os cuidados que os funcionários do Mangal tiveram com estes animais. “Nós acompanhamos as tartarugas desde a primeira postura de fecundação delas nos lagos do Mangal das Garças, protegemos os ninhos e cuidamos dos espécimes até o momento da soltura”, expõe.

Rodriguez conta que além das tartarugas-da-amazônia, nasceram também três tracajás, uma tartaruga perema e uma muçuã, que permaneceram no Parque para recompor o plantel do espaço e preservar a viabilidade genética.

“Esse evento é muito importante, pois são animais muito perseguidos, seja por predadores ou seja por pessoas interessadas na carne destes. Essa reprodução em cativeiro ajuda na preservação da espécie, que cumpre uma função ecológica fundamental “, explica o veterinário do Mangal.

“Além disso, o consumo de matéria orgânica que essas espécies fazem ajuda na limpeza dos espaços aquáticos contribui para a biodiversidade local”, finaliza Camillo Rodrigues. 

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