SGB aponta que cheia de 2025 em Manaus não deve ultrapassar recorde histórico

Previsão faz parte do primeiro alerta do SGB, divulgado nesta sexta-feira (28), que apresenta estimativas para os rios Negro, Solimões e Amazonas.

Evento contou com órgãos responsáveis pela cheia do Amazonas. Foto: Lucas Macedo/Rede Amazônica AM

Após uma seca histórica, a cheia de 2025 em Manaus (AM) não deve atingir o recorde de 2021, quando o Rio Negro alcançou 30,02 metros. A previsão faz parte do primeiro alerta do Serviço Geológico do Brasil (SGB), divulgado nesta sexta-feira (28), que apresenta estimativas para os rios Negro, Solimões e Amazonas.

Leia também: Rios da bacia do Amazonas têm menor nível da história em 2024, aponta análise da InfoAmazonia

O SGB emite três alertas ao longo da cheia, sempre no final dos meses, sendo os próximos em abril e maio. Na maior parte do estado, os níveis devem se manter dentro da normalidade, com exceção do sul do estado.

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o monitoramento do Rio Negro é feito com base em cotas de medição, tomando como referência a última cheia recorde. Confira a classificação:

🔴 Cota máxima registrada (2021): 30,02m
🟠 Cota de inundação severa: 29,00m
🟡 Cota de inundação: 27,50m
⚪ Cota de alerta: 27,00m

Nesta sexta-feira (28), o Rio Negro marcou 25,91 metros, de acordo com a medição do Porto de Manaus, que monitora os níveis das águas desde 1902. O Serviço Geológico do Brasil (SGB) prevê que a cheia na capital do Amazonas atinja 28,68 metros, um nível entre a cota de inundação (27,5 metros) e a cota de inundação severa (29,9 metros).

O SGB também estima que a probabilidade de inundação severa é de 30%, enquanto as chances de superar o recorde de 30,02 metros são de apenas 1%.

Para abril, a Prefeitura de Manaus já planeja ações para mitigar os efeitos da cheia na capital, com foco especial nos bairros Educandos e São Jorge. A Defesa Civil Municipal destacou que a construção de pontes está entre as principais medidas previstas.

Rio Amazonas

Para o Médio Amazonas, em Itacoatiara, o SGB prevê que o nível do rio atinja 14,32 metros até o final do período chuvoso (novembro a março), ficando abaixo da cota histórica de 14,98 metros. Nesta sexta-feira (28), o rio estava com 12,48 metros.

Rio Solimões

No Rio Solimões, a previsão é que o nível chegue a 19,47 metros, sem superar a cota histórica de 20,28 metros. Em Manacapuru, o Solimões registrou 16,55 metros nesta sexta-feira (28).

Previsão de normalidade para o 2º Alerta de Cheia

O pesquisador de geociência do SGB, André Martinelli, destacou que, segundo o monitoramento do órgão, a tendência para este ano é de normalidade, sem grandes cheias no estado.

“Na verdade, o que a gente observa é uma tendência para normalidade, uma climatologia típica. Então, descartamos uma grande enchente. Observamos chuvas acima da média em fevereiro e março, e a previsão é de que isso continue em abril e maio. Porém, em janeiro, tivemos chuvas abaixo do esperado, então este ano a tendência é de uma cheia normal”, explicou o pesquisador.

Cenário atual

De acordo com a Defesa Civil do Amazonas, 23 municípios do estado estão em estado de alerta, com oito em estado de atenção e três em estado de emergência, incluindo o município de Humaitá. No dia 19 de março, a prefeitura da cidade decretou situação de emergência após o Rio Madeira atingir 23,19 metros, ficando apenas 2,44 metros abaixo da cota histórica registrada no município.

“Teremos uma cheia leve a moderada este ano”, afirmou o secretário adjunto da Defesa Civil, coronel Clóvis Araújo.

Apesar disso, um levantamento feito pelo Grupo Rede Amazônica indicou que cinco dos seis principais rios do Amazonas já ultrapassaram os níveis registrados na mesma data do ano anterior. A situação contrasta com o cenário de 2024, quando o estado enfrentou um colapso ambiental histórico devido a uma seca extrema, pelo segundo ano consecutivo, como explicou o pesquisador e meteorologista Leonardo Vergasta.

“Basicamente, os eventos de seca e cheia na bacia amazônica estão relacionados principalmente com os modos de variação oceânica. No entanto, destaco que o efeito do desmatamento desordenado pode agravar fenômenos, especialmente os relacionados à seca”, relatou Vergasta.

Por Daniel Landazuri e Lucas Macedo, da Rede Amazônica AM

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