Seca de 2024 no Amazonas supera número de atingidos em 2023: mais de 747 mil pessoas

Todas as calhas dos rios do estado estão em estado crítico de vazante. Em Manaus, o Rio Negro está a menos de um metro de atingir a vazante recorde do ano passado..

Foto: Jacqueline Lisboa/WWF-Brasil

A seca histórica que atinge o Amazonas em 2024 já afeta 747.642 pessoas em todo o estado, segundo o boletim sobre a estiagem divulgado pela Defesa Civil no dia 30 de setembro. De acordo com o órgão, 186 mil famílias estão impactadas neste ano. Esse número é maior do que o registrado em 2023, quando cerca de 633 mil pessoas de 158 mil famílias foram afetadas.

O Amazonas enfrenta uma estiagem severa, que deixou todas as calhas dos rios do estado em situação crítica. Na capital, Manaus, o Rio Negro está a menos de um metro de atingir o nível de seca do ano passado, quando o rio, um dos principais afluentes do Rio Amazonas, alcançou 12,70 metros — o menor nível registrado em mais de 120 anos.

Na capital, a prefeitura já fechou a praia da Ponta Negra, o principal balneário da cidade. No porto, o surgimento de bancos de areia tem afastado as embarcações e alterado a rotina de quem depende do rio para viver. Até o Encontro das Águas se tornou mais difícil de observar devido a essa situação.

Todo o estado está em situação de emergência por conta do fenômeno. Veja a situação das principais cidades do estado:

  • Em Tabatinga, na região do Alto Solimões, o Rio Solimões está em -2,19 metros. O registro é de sábado (28). Dados da Defesa Civil apontam que o rio tem descido, em média, 5 centímetros por dia, no último mês. A cidade vive sua pior seca da história.
  • Na cidade de Coari, na região do Médio Amazonas, o rio mede 1,54 metros. O registro é do dia 17 de setembro, última atualização da Defesa Civil do local.
  • Em Parintins, no Baixo Amazonas, o Rio Amazonas está em -1,95 metro. O cenário também é crítico na região, segundo o estado.
  • Em Itacoatiara, o mesmo Rio Amazonas está medindo 1,97 metros. A cidade recebeu um porto flutuante, onde os navios cargueiros, que atendem as empresas do Polo Industrial de Manaus, transferem suas mercadorias para balsas que ainda conseguem chegar na capital amazonense.
  • Por fim, em Humaitá, o Rio Madeira segue em 8,08 metros. O rio desceu uma média de -4 centímetros por dia.

Assistência humanitária

No âmbito da assistência humanitária, foram distribuídas 1,9 mil toneladas de alimentos para as regiões mais afetadas. Para atender as famílias impactadas, o governo instalou 35 purificadores de água, sendo 8 destinados à calha do Alto Solimões, e enviou 700 caixas d’água para melhorar o acesso à água potável.

Além disso, o governo informou que enviou 200,3 toneladas de medicamentos e insumos para municípios das regiões do Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões.

Foram também enviados 37 cilindros de oxigênio para Eirunepé, Canutama e Itamarati, além da instalação de uma usina de oxigênio em Envira. Para Ipixuna, foram enviados 10 cilindros de oxigênio e medicamentos, totalizando 8,4 mil volumes distribuídos em diversos municípios.

*Com informações da Rede Amazônica AM

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