Rio Acre já subiu mais de um metro em outubro de 2024. Foto: Andryo Amaral/Rede Amazônica AC
O Rio Acre subiu mais de um metro em 24 horas na capital acreana e voltou a passar dos 2 metros após 122 dias em 2024. O nível chegou a 2,70 metros segundo a medição das 7h de 14 de outubro. No domingo (13), o rio estava em 1,59 metro.
Segundo a Defesa Civil do Acre, essa foi a primeira vez desde 1971, quando iniciou a medição do manancial, que as águas permanecem tanto tempo abaixo da cota de 2 metros: mais de 3 meses.
Em 13 de junho, o nível do Rio Acre estava com 2,06 metros na capital. No dia seguinte, as águas baixaram para 1,99 metro. A partir de então, o nível do manancial seguiu baixando e chegou a estabilizar em algumas épocas, contudo, não voltou a ficar mais acima da cota de 2 metros.
“É o período que ele passou com o tempo maior, mais de 3 meses, abaixo da cota de 2 metros. O nível deu uma subida de sexta-feira [27], quando estava com 1,27 metro, subiu para 1,41 [no sábado,28], hoje [segunda-feira, 30] baixou para 1,38 metro. Já voltou a abaixar novamente”, explicou o coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista.
Ainda segundo o coordenador, a subida repentina ocorreu por conta de chuvas isoladas em algumas regiões do estado. “E a tendência é que essas chuvas isoladas, pequenos volumes, continuem ocorrendo. Então, chuvas com maior significado, em volumes maiores, as previsões mostram só para depois do dia 15 de outubro. Mas, pode ocorrer nesse intervalo chuvas significativas, mas em pequenas áreas”, diz o coronel.
No dia 21 de setembro, o Rio Acre bateu 1,23 metro na capital acreana, a menor marca registrada nos últimos 53 anos e estabeleceu a seca de 2024 como a maior da história do estado. O manancial em Rio Branco se encontra abaixo de 4 metros há mais de 4 meses.
O governo do Acre decretou emergência por conta da seca em 11 de junho, com validade até 31 de dezembro deste ano. Já a capital publicou o decreto em 28 de junho, com situação reconhecida pelo governo federal quase um mês depois, em 24 de julho.
Para evitar uma crise no abastecimento da capital, o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), construiu uma barragem próxima da captação das bombas da Estação de Tratamento de Água (ETA) II.
*Por Victor Lebre, da Rede Amazônica AC