O 3º Alerta de Cheias do Amazonas, realizado no dia 6 de junho, pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), segue mostrando que os rios Negro, Solimões e Amazonas continuam com baixa probabilidade de enfrentar cheias severas neste ano.
O evento visa fornecer previsões atualizadas sobre os níveis dos rios e condições climáticas, além de apoiar o planejamento de ações para o período. As previsões, feitas com antecedência de 15 dias para o pico da cheia, contemplam os municípios de Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins, onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas. O evento ocorreu na Superintendência do SGB de Manaus (SUREG-MA).
A chefe do Departamento de Hidrologia do SGB, Andrea Germano, ressaltou a importância da realização do evento na Semana Mundial do Meio Ambiente, que chama atenção para as consequências das mudanças climáticas.
Germano também destacou a relevância das parcerias para estudos como o realizado com a Marinha sobre o Canal do Tabocal, subsidiando decisões para a operação da hidrovia Solimões-Amazonas.
Já o superintendente Regional do SGB de Manaus (SUREG-MA), Marcelo Motta, também informou que, em relação às cotas máximas, não se espera uma cota de enchente severa, mas que é preciso ser responsável ao falar sobre a vazante. “Nossos pesquisadores podem mostrar cenários diferentes. Se a natureza colaborar, pode haver uma mudança, e não enfrentaremos uma seca tão severa como a que imaginamos”, explicou.
Motta acrescentou: “em conjunto com nossos parceiros, estamos empenhados para disponibilizar essas informações à sociedade, para que as defesas civis, municipal e estadual, possam tomar as medidas necessárias para minimizar os impactos. Sabemos que as empresas que operam no Distrito Industrial de Manaus e aquelas que trazem insumos para a Zona Franca também compartilham dessa preocupação”.
Para a pesquisadora em geociências do SGB Jussara Cury, considerando o modelo de previsão, há uma baixa probabilidade da cheia de 2024 ser de grande magnitude. “Em Manaus, a terceira previsão confirmou a tendência da cota máxima deste ano ficar abaixo da cota de inundação. Em Manacapuru pode ficar próximo da cota de inundação. Em relação a Itacoatiara e Parintins, no baixo Amazonas, o intervalo de previsão ficou abaixo da faixa que representa normalidade para a época e é muito baixa a probabilidade de superar a cota de inundação”, destacou.
Para Manaus, a previsão é que o Rio Negro atinja um valor de aproximadamente 26,88 m, com um intervalo provável variando entre 26,63 e 27,38 m (considerando 95% de intervalo de confiança). Segundo o modelo utilizado, a probabilidade de que o rio venha a atingir a cota de inundação (27,50 m) é de 52%. É muito baixa a probabilidade de que a cota de inundação severa (29 m) e a cota máxima (30,02 m) sejam atingidas.
Já em Manacapuru (AM), o Rio Solimões deve ficar na marca de 17,79 m, com possibilidade de variar a até 18,22 m. Conforme o modelo utilizado, a probabilidade de que o rio alcance a cota de inundação (18,20 m) é de 85%, e a de inundação severa (19,60 m) é próxima de zero.
O alerta de cheias é uma atividade realizada pelo SGB em parceria com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), responsáveis pelas previsões climáticas. Paralelamente, as defesas civis estadual e municipais formulam estratégias preventivas.
Níveis bem abaixo da média no Rio Amazonas
Para Itacoatiara, a previsão é que o Rio Amazonas atinja aproximadamente 12,40 m, com um intervalo provável variando entre 12,30 m e 12,64 m. De acordo com a previsão, é muito baixa a probabilidade de atingir a cota de inundação (14 m) e a cota de inundação severa (14,20 m).
Em Parintins, o Amazonas deve atingir 7,17 m, com possibilidade de alcançar a máxima de 7,29 m. O alerta aponta ainda que a probabilidade de superar a inundação (8,43 m) também é muito baixa e, menor ainda, de superar inundação severa (9,3 m) e a máxima (9,47 m).
Alerta de Cheias do Amazonas
O Alerta de Cheias do Amazonas apresenta previsões geradas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) a partir do Sistema de Alerta Hidrológico da Bacia do Amazonas (SAH Amazonas), em operação desde 1989. É parte de um sistema nacional que atualmente possui 18 sistemas que atendem a 84 municípios.
No Alerta Amazonas, são divulgadas as previsões de cotas máximas a serem atingidas nos municípios de Manaus (Rio Negro), Manacapuru (Rio Solimões), Itacoatiara e Parintins (Rio Amazonas). As informações são divulgadas em três etapas, com antecedência de 75, 45 e 15 dias para o pico das cheias, que ocorrem em meados de junho, nesses municípios.
*Com informações do SGB