Rios Negro, Solimões e Amazonas têm grande probabilidade de alcançar a cota de inundação severa em 2025, aponta SGB

É o caso dos rios Solimões, em Manacapuru, e Amazonas, em Itacoatiara. Já em Manaus, o rio Negro tem 42% de probabilidade de inundação.

Cheia do rio Amazonas. Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

O 2º Alerta de Cheias do Amazonas, realizado dia 30 de abril pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), indica que os rios Negro, Solimões e Amazonas têm grande probabilidade de alcançar a cota de inundação severa neste ano. É o caso dos rios Solimões, em Manacapuru, e Amazonas, em Itacoatiara. Já em Manaus, o rio Negro tem 42% de probabilidade de atingir a cota de inundação severa, que é de 29 metros.

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As previsões, com 45 dias de antecedência em relação ao pico da cheia, contemplam os municípios de Manaus, Manacapuru, Itacoatiara e Parintins, onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas.

Para André Martinelli, gerente de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB em Manaus, o segundo alerta confirma, em termos de magnitude, as previsões do primeiro, emitido com 75 dias de antecedência, e reforça o cenário de uma grande cheia na região.

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Inundação dos Rios Negro, Solimões e Amazonas
Rios Negro, Solimões e Amazonas têm grande probabilidade de alcançar a cota de inundação severa. Divulgação/SGB

“A previsão do segundo alerta reforça a perspectiva de uma cheia expressiva. Apesar da baixa probabilidade de os níveis atingirem recordes históricos, há tendência de que fiquem próximos ou até superem a referência da cota de inundação”, explica.

Castilho também informou que o SGB já está atuando de forma integrada com a Defesa Civil, os órgãos de previsão climática e meteorológica, e outras instituições, como aquelas que atuam no acesso ao saneamento em comunidades vulneráveis. “Estamos participando de um grupo coordenado pela Casa Civil, que já está voltado para os preparativos do período seco na Amazônia.”

Para Manaus, é possível que o rio Negro atinja aproximadamente 28,91 metros, com um intervalo provável entre 28,38 e 29,45 metros (com 80% de intervalo de confiança). Considerando o modelo utilizado, a cota de inundação em Manaus (27,50 m) já foi superada. A cota de inundação severa (29 m) tem 42% de probabilidade de ser atingida, e a chance de alcançar a cota máxima registrada em 2021 (30,02 m) é inferior a 1%.

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Inundação dos Rios Negro, Solimões e Amazonas
Níveis observados em 2025 em relação a série histórica. Divulgação/SGB

Em Manacapuru, está previsto que o rio Solimões alcance cerca de 19,63 metros, com um intervalo provável entre 19,10 e 20,16 metros (considerando 80% de intervalo de confiança). De acordo com o modelo utilizado, a probabilidade de o rio atingir a cota de inundação severa em Manacapuru (19,60 m) é de 53%.

O SGB trabalha em parceria com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), responsáveis pelas previsões climáticas. Paralelamente, as defesas civis estadual e municipais formulam estratégias preventivas.

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Probabilidades da cota de inundação severa no rio Amazonas

Inundação dos Rios Negro, Solimões e Amazonas
Níveis observados em 2025 em relação a série histórica. Divulgação/SGB

Para Itacoatiara, a previsão inicial indica que o rio Amazonas deve alcançar cerca de 14,57 metros, com variação provável entre 14,24 e 14,89 metros (intervalo de confiança de 80%). Segundo o modelo utilizado, a chance de o rio alcançar a cota de inundação (14,00 m) é de 99%. Já a probabilidade de alcançar a cota de inundação severa (14,20 m) é de 94%, e de apenas 1% para superar a cota máxima registrada em 2021 (15,20 m).

Em Parintins, a previsão é que o rio Amazonas apresente um valor aproximado de 8,64 metros, com intervalo provável entre 8,34 e 8,94 metros. De acordo com o modelo utilizado, a probabilidade de o rio atingir a cota de inundação em Parintins (8,43 m) é de 83%, e de apenas 1% para superar a cota de inundação severa (9,30 m).

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Sistemas de Alerta Hidrológico

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) é atualmente responsável por 17 Sistemas de Alerta Hidrológico (SAHs), disponível no Sistema de Alerta de Eventos Críticos (SACE), atuantes em diversas bacias do país, nas regiões mais fortemente afetadas por processos de inundação, beneficiando mais de 7 milhões de habitantes. O objetivo dos SAHs é monitorar e prever os níveis dos rios, gerando e disseminando informações hidrológicas para subsidiar a tomada de decisões por parte dos diversos órgãos que atuam no gerenciamento dos impactos de eventos hidrológicos extremos.

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*Com informações do Serviço Geológico do Brasil (SGB)

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