Rio Negro está a menos de um metro de bater seca recorde de 2023 em Manaus, aponta Defesa Civil. Foto: Matheus Castro/g1 Amazonas
O Rio Negro está a menos de um metro da seca histórica de 2023, em Manaus (AM). Segundo a Defesa Civil do Amazonas, neste domingo (29), o rio está medindo 13,37 metros, 67 centímetros a mais que a cota mais baixa já registrada em 121 anos de medição: 12,70 metros.
Manaus está em situação de emergência por conta da seca do rio, que tem mais de 1,7 mil quilômetros de extensão e é um dos principais afluentes do Rio Amazonas. A praia da Ponta Negra, principal balneário da cidade já foi fechada para banho, devido ao baixo nível do rio.
No Porto da Capital, bancos de areia estão surgindo no meio do rio, forçando as embarcações a se afastarem e ficando cada vez mais longe do local onde costumavam atracar, próximo à via pública. A cidade pode, inclusive, sofrer com a escassez de peixes.
A previsão inicial do governo do estado é de que, neste ano, o Amazonas tenha uma seca severa nos mesmos moldes ou até pior do que o estado viveu no ano passado. Um relatório divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil no sábado (28) aponta, inclusive, que o rio pode ficar abaixo dos 12 metros pela primeira vez na história.
Segundo a Defesa Civil, o rio começou o mês de setembro medindo 19,73 metros e já vazou, até este domingo, 6,36 metros.
“Nos últimos 30 dias, o nível hidrológico do rio variou em -0,23, o que significa que ele vazou, em média, 23 centímetros por dia. Já nos últimos sete dias, o nível hidrológico do rio variou -0,19, o que significa que ele vazou 19 centímetros por dia, em média”, aponta o órgão, que monitora a vazante.
A seca do Rio Negro também fez com que o Encontro das águas ficasse difícil de ser visto no Amazonas. A mistura das água escura do rio, com a água barrenta do Rio Solimões, é um dos patrimônios do estado e atrai turistas de todos os lugares do Brasil e do mundo.
Além de Manaus, todos os outros 61 municípios do Amazonas estão em situação de emergência por conta da estiagem severa. De acordo com o Governo do Estado, 560 mil pessoas estão sendo impactadas pelo problema. O número de famílias atingidas chega a 140 mil.
*Por Matheus Castro, da Rede Amazônica AM