Rio Branco é o último município acreano a ter emergência reconhecida por conta da seca

A capital acreana havia decretado emergência no último dia 6. O nível do Rio Acre na cidade está cada vez mais próximo da cota histórica registrada em setembro de 2024.

Nível do Rio Acre segue próximo à cota histórica na capital. Foto: Júnior Andrade/Rede Amazônica AC

O governo federal reconheceu situação de emergência decretada por Rio Branco por conta da seca. A publicação foi feita no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (28).

A capital acreana havia decretado emergência no último dia 6. O nível do Rio Acre na cidade está cada vez mais próximo da cota histórica registrada em setembro de 2024 e marcou 1,50 metro nesta quinta.

Com o reconhecimento, os municípios podem solicitar recursos do governo federal para ações de defesa civil, além de facilitar outras possíveis medidas.

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Resolução da ANA

O reconhecimento é mais um capítulo da crise ambiental enfrentada pelas cidades do Acre durante o verão amazônico deste ano.

Na segunda-feira (25), uma resolução da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) decretou situação crítica de escassez hídrica nos Rios Juruá, Purus e seus afluentes, além do Rio Iaco e Rio Acre.

Leia também: Acre tem crise de escassez hídrica decretada pela Agência Nacional de Águas

Um dos principais objetivos da resolução é assegurar os processos de monitoramento hidrológico dos rios monitorar impactos sobre usos da água.

Emergência reconhecida em Rio Branco

Ainda no início de agosto, o governo do estado também havia decretado a emergência nas demais cidades. O documento, válido por 180 dias, destaca que o regime de chuvas no estado no 1º semestre de 2025 foi inferior ao esperado, o que contribuiu para o cenário de seca dos mananciais. Em julho, por exemplo, choveu somente 8 milímetros.

Por conta desse cenário, é justificado no decreto estadual que o baixo nível de chuvas influencia na navegação de embarcações nos cursos d’água, comprometendo ‘a logística de transporte, isolando comunidades e dificultando o abastecimento de bens essenciais, como alimentos e combustíveis, para os municípios e aldeias indígenas de mais difícil acesso’.

Além disto, o governo apontou também, como consequências da estiagem:

  • as altas temperaturas e baixo percentual de umidade relativa do ar
  • a captação e abastecimento de água que tende a ficar comprometido
  • os prejuízos em plantações e lavouras
  • o consequente aumento de queimadas e incêndios florestais
  • os riscos de prejuízo na alimentação de estudantes de zona rural, já que os insumos para refeições vêm por via fluvial

“Fica a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil [CEPDC] designada como unidade gestora orçamentária, podendo ordenar despesas atinentes a créditos abertos para atender atividades de apoio aos Municípios afetados pela emergência de que trata este Decreto”, ordena.

*Por Walace Gomes, da Rede Amazônica AC

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