Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), responsável pelo Refúgio Sauim Castanheira, essa não foi a primeira vez que o local sofreu um assalto. No dia 24 de novembro de 2016, um arrombamento da sala de necrópsia do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) foi constatado pelos funcionários. Na ocasião, nenhum animal foi levado. Um dia depois, a equipe registrou outra invasão, no centro cirúrgico, onde havia bichos em observação, algumas espécies foram roubadas.
Após o roubo, a Semmas suspendeu os serviços de resgate e recebimento de animais silvestres feitos pelo refúgio. A ideia é realizar reparos nos recintos e instalações do Centro de Triagem que foram danificados pela ação dos ladrões. O órgão ainda aguarda o resultado das investigações policiais a fim de promover a reestruturação da segurança na unidade para evitar novos roubos.
Em nota, a Semmas ainda informou que todos os animais que já eram mantidos na reserva continuam recebendo os cuidados devidos, não havendo prejuízo algum para a continuidade dos serviços de resgate e destinação, uma vez que o cetas do Ibama, recentemente reinaugurado, vem suprindo a demanda de recebimento e o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), órgão ambiental responsável pela gestão de fauna no Estado, está realizando os salvamentos e destinações.
Para Natália, a tranquilidade em um Cetas pode ser relativa, porque o número de vagas depende muito do fluxo de animais que a instituição recebe e o tipo de tratamento a ser empregado na espécie para que o mesmo seja liberado na natureza. “É necessário que as autoridades façam algo a respeito do número de cetas no Amazonas. Agora o Ibama consegue acolher os animais, mas o número pode mudar e não teremos espaço para abrigar todas os espécimes”, contou a analista ambiental.
Sobre a questão da falta de veterinários para ajudarem no recebimento de animais, Natália afirma que o Ibama está atuando com ajuda de profissionais da Prefeitura de Manaus ou autônomos. “Buscamos cooperação de outras instituições e com veterinários autônomos que prescrevem o tratamento para nós. Depois do atendimento conseguimos aplicar todas as orientações dos profissionais. Por exemplo, recebemos dois primatas que foram atropelados, então o veterinário os examinou e nós estamos os medicando”, disse.
Receptor
Segundo o gerente de Fauna do Ipaam, Marcelo Garcia, o órgão é responsável apenas do resgates de animais, e por esse motivo, não pode abrigar nenhuma espécie em suas dependências. “O único serviço que prestamos nesses casos é o resgate do animal, então fazemos o traslado para o Ibama que infelizmente não pode receber os animais machucados, por que eles não possuem um veterinário. Essa questão é temporária enquanto o refúgio começa a se restruturar”, contou.
Para Garcia, o trabalho desenvolvido no Refúgio Sauim Castanheira é de suma importância para a preservação dos animais da Região. “É importante que reabra logo. Infelizmente trabalhamos no momento apenas com os animais que têm condições de serem libertados em seu habitat. Já sobre a questão do roubo das espécies do refúgio, não há dúvidas de que eles foram usados para o tráfico de animais”, contou o gerente de fauna.