Rebanho paraense continua livre da febre aftosa, diz estudo

O rebanho bovino paraense continua livre da febre aftosa. Essa é a conclusão do estudo de avaliação da circulação do vírus no Estado, conduzido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) e divulgado agora, no início de fevereiro.

O relatório é referente ao ano de 2015, período em que foi coletado o material para análise. O estudo é feito pelo ministério e agências de defesa estaduais a cada dois anos e tem como objetivo verificar se o vírus da febre aftosa está presente nos Estados e se está sendo transmitido de um animal para outro, ajudando a comprovar, assim, a ausência da doença junto aos órgãos de saúde internacionais.

Para o diretor geral da Adepará, Luciano Guedes, essa é uma importante conquista de todo o setor agropecuário, pois confirma a sanidade da pecuária paraense, abrindo assim novos mercados para a produção local. “É resultado de um grandioso trabalho conjunto, fruto do esforço de produtores, de órgãos do governo e da sociedade civil. Ele mostra que as ações desenvolvidas em defesa da agropecuária paraense estão no caminho certo e comprova para o mundo todo que a pecuária do Pará é forte, é segura e saudável”, afirma.

Foto: Arquivo/Agência Pará
O estudo foi feito entre maio de 2014 e outubro de 2015. Nesse período, e com base no banco de dados fornecido pela Adepará, o Mapa selecionou propriedades rurais em todo o Estado, seguindo metodologia que relacionava a concentração de animais e a movimentação deles tanto internamente quanto para outros Estados, e determinou a quantidade de amostras e de quais regiões elas deveriam ser colhidas para análise. Além das análises laboratoriais, também foram feitas visitas técnicas às propriedades selecionadas, para verificação do estado de saúde dos animais.

“Durante o período em que os laboratórios estavam analisando as amostras de sangue que enviamos, nossos técnicos visitaram as propriedades para análise clínica dos animais selecionados, para ver se apresentavam algum dos sintomas da febre aftosa. Todos os casos foram descartados, inclusive nos animais reagentes, quando depois foi observada a diminuição dos níveis de anticorpos e ausência de sinais clínicos da doença, caracterizando imunidade vacinal. Sem dúvida, o resultado obtido garante que, no Pará, não há transmissão do vírus da febre aftosa entre os animais”, explica o gerente do Programa Estadual de Combate à Febre Aftosa, George Santos.

Mercados

O Pará foi incluído, em 2014, no rol dos Estados brasileiros livres da febre aftosa. Para que mantenha esse status, precisa que pelo menos 90% do rebanho seja vacinado a cada ano, durante as duas etapas das campanhas da vacinação. Em 2016, o Estado alcançou índice vacinal de mais de 98%, o maior desde a conquista do status sanitário.

Essa certificação é importante, principalmente, porque a população paraense consome apenas 30% da produção de carne bovina do Estado e os outros 70% são destinados à exportação. “A febre aftosa é uma das barreiras sanitárias mundiais, o que significa que países que compram carne não vão adquirir produtos de regiões que não estejam livres da doença. Se isso acontecesse, ficaríamos com excedente de produção que prejudicaria fortemente os produtores, a economia e a geração de emprego no Estado. Daí a importância dos certificados sanitários do Pará, como de zona livre da febre aftosa, que garantem aos nossos produtores a abertura de mercados em todo o mundo”, afirma Luciano Guedes.

A notícia da comprovação da ausência de circulação do vírus da febre aftosa também foi comemorada pelos produtores rurais do Estado. Luís Antônio dos Santos é pecuarista de São Félix do Xingu, município que tem o maior rebanho bovino do Brasil, com mais de dois milhões de animais. Para ele, o resultado do estudo é a garantia de que a produção paraense continuará tendo mercado. “Isso nos dá segurança para que possamos continuar investindo, ampliando nosso negócio, porque sabemos que o produto paraense não perderá mercado por conta de barreiras sanitárias”, observa.
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