Queimadas: Acre decreta emergência em saúde pública

Com mais de 1,7 mil focos de incêndio em agosto, qualidade do ar em Rio Branco segue entre as piores das capitais. Governou lançou operação para reforçar as medidas de combate.

O governo do Acre decretou emergência em saúde pública por causa do fortalecimento da seca, do volume crescente de incêndios em áreas rurais e urbanas e a ‘vulnerabilidade da população ao consumo de água imprópria’.

O decreto de emergência foi publicado pela Secretaria de Saúde no último dia 20 de agosto. Mais de 1,7 mil focos de queimadas já foram registrados no estado até o dia 29 de agosto, de acordo com o monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

De acordo com a Secretaria de Saúde do Acre, o novo decreto deve permitir que o governo adote medidas para combater a situação de maneira mais ágil.

Conforme o Inpe, entre o dia 1º e o dia 29 foram registrados 1.767 focos, número 27% maior do que os 31 dias do mesmo mês no ano passado.

Ainda segundo o levantamento, o município de Feijó se mantém como o que mais registrou incêndios, com 444 focos, cerca de 25% do total. O município que tem população de pouco mais de 32 mil pessoas também lidera no ranking diário, com 59 focos entre o dia 29 e esta sexta-feira (30).

Qualidade do ar

Com intuito de reduzir o número de queimadas, focos de incêndio e desmatamento no Acre, o governo lançou a Operação Sine Ignis (Sem Fogo) no dia 29 de agosto. As ações são coordenadas pela Casa Civil, Defesa Civil e pela Secretaria do Meio Ambiente.

“[O que] vamos fazer nesse momento é intensificar já o que vem sendo feito. Estamos agora mesmo em Cruzeiro do Sul capacitando mais policiais, policiais militares, para operar com drones nessas áreas e vamos focar nas áreas mais críticas. Acho que cabe ressaltar que temos informações do Estado todo”, destacou o tenente-coronel da Polícia Militar, Kleison Albuquerque.

O lançamento da operação ocorreu no Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer). Além da Casa Civil, a Defesa Civil e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), as ações são desenvolvidas também pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac), o Grupo Especial de Fronteira (Gefron), o Cento Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Batalhão de Policiamento Ambiental (BPA).

Várias autoridades participaram do lançamento da operação. Foto: Neto Lucena/Secom AC

“Esse trabalho é contínuo, é importante a gente colocar que desde o começo do ano esse trabalho não para, é permanente, que hoje está sendo lançado essa operação para intensificar nesse período mais crítico. Os dados que o Sigma nos fornece para essas operações são dados mapeados, identificados e tem um histórico”, salientou a secretária adjunta de Meio Ambiente, Renata Souza.

O chefe da divisão técnica do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Sebastião Santos, fez um alerta para a importância da responsabilização de quem faz queimadas e afirma que haverá consequências pra quem pratica esse tipo de crime.

“Existem os procedimentos legais que aplicam-se as penalidades para quem comete o desmatamento no ato da fiscalização e aqueles em que são identificados, que vêm cometendo rotineiramente os delitos. Eles são considerados reincidentes e a legislação estabelece penas maiores para essas pessoas que são reincidentes. Então, a pena não pode ser dobrada ou triplicada”, disse.

A análise histórica dos dados também mostram que o alcance e a destruição provocadas por estes focos também preocupam. De acordo com um levantamento do projeto Acre Queimadas, que envolve diversos órgãos ambientais e pesquisadores, 2022 foi o segundo ano com maior área queimada mapeada desde 2005, quando foi registrado o ano mais crítico no estado.

*Com informações da Rede Amazônica AC

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