O desmatamento em Roraima teve uma redução de 7,8% em 2023, de acordo com dados do Relatório Anual de Desmatamento (RAD) do MapBiomas, divulgados no último dia 28.
Entre janeiro e dezembro do ano passado, 21.792 hectares de vegetação foram destruídos no estado. Em 2022, foram 23.624 hectares — 1.832 a mais, o que corresponde a uma redução de uma área de quase dois mil campos de futebol.
A quantidade de desmatamento registrada no estado em 2023 é a menor desde 2019, quando o MapBiomas iniciou o monitoramento. Há cinco anos, o estado tinha 24.189 hectares desmatados.
Com a redução, Roraima desceu uma posição e agora ocupa o 14° lugar no ranking nacional. O Maranhão lidera a lista, com 331.225 hectares, e é seguido da Bahia e Tocantins, com 290.606 e 230.253 hectares, respectivamente.
Roraima acompanha a tendência nacional. Em 2023, o Brasil perdeu 1.829.597 hectares de vegetação e teve uma redução de 11,6% na taxa de desmate.
Segundo os dados do relatório, os dois biomas mais extensos do Brasil, a Amazônia e o Cerrado, somam mais de 85% da área total desmatada no país.
No entanto, pela primeira vez desde o início da série histórica do MapBiomas Alerta, o Cerrado ultrapassou a Amazônia em área desmatada. Em 2023, o Cerrado foi responsável por 61% do desmatamento no país, enquanto a Amazônia respondeu por 25%.
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Alertas de desmatamento
Apesar da redução de hectares, os alertas de desmatamento em 2023 no estado cresceram 26,7% na comparação com 2022, quando foram 1.377 registros. No ano passado, foram 1.745, ou seja, 368 alertas a mais.
Desde o início da série histórica do MapBiomas Alerta, em 2019, Roraima já registrou 10.077 alertas de desmatamento de vegetação nativa. O ano de 2020 teve o maior índice, com 2.524. O menor foi o registrado em 2022.
Desmatamento em terras indígenas
Segundo dados do MapBiomas, o Brasil perdeu mais de 20.822 hectares só dentro das terras indígenas em 2023. O número corresponde a 1,1% de todo o desmatamento no país no período e representa uma redução de 27% se comparado ao ano de 2022, quando 28.502 hectares foram desmatados.
A terra indígena com maior maior área desmatada em 2023 foi a Porquinhos dos Canela-Apãnjekra, localizada no Maranhão, que teve uma perda de 2.750 hectares. Ela é seguida da TI Kanela Memortumré, também no Maranhão, com 2.006 hectares, e a TI Apyterewa, no Pará, que perdeu 1.458.
Em Roraima foi a Terra Indígena Yanomami, a maior do Brasil em extensão territorial, que se destacou. Só em 2023, o território teve 628 hectares desmatados e ocupa o nono lugar no ranking nacional.
O território enfrenta uma crise sem precedentes devido ao avanço do garimpo ilegal, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa. A atividade ilegal também resulta no desmatamento.
A Terra Indígena Waimiri-Atroari, localizada em Roraima e no Amazonas, também aparece na lista. Na 19ª posição, ela teve 263 hectares desmatados.
Do total de 627 terras indígenas distribuídas por todo o país, incluindo as com reconhecimento e demarcação, e aquelas com portaria de interdição, 253 tiveram pelo menos um episódio de desmatamento no ano passado.
*Com informações do g1 Roraima