O objetivo do Projeto Ipa’wã é realizar o etnomapeamento e o inventário florestal de árvores de copaíbas em Altamira como estratégia de fortalecimento territorial e ambiental da Terra Indígena Xipaya.
Para incentivar a promoção da sociobiodiversidade, conceito que envolve a relação entre a diversidade biológica, os sistemas agrícolas tradicionais e o manejo de recursos com o conhecimento e cultura das populações tradicionais e agricultores familiares, o Laboratório de Manejo Florestal da Universidade Federal do Pará (UFPA) e a Associação Indígena Pyjahyry Xipaia (AIPHX), desenvolveram o Projeto Ipa’wã. O projeto conta a participação de indígenas Xipaya que buscam o fortalecimento do extrativismo de copaíba nativas, presentes no Território Indígena Xipaya, localizado na cidade de Altamira, no Pará.
O objetivo é realizar o etnomapeamento e o inventário florestal de áreas de ocorrência de árvores de copaíbas, como uma estratégia de fortalecimento da gestão territorial e ambiental da Terra Indígena Xipaya (Aldeias Tukamã, Tukayá e Kaarimã). As ações são voltadas para o mapeamento, por meio de um inventário florestal, e microzoneamento das áreas de copaíbais nativas, auxiliando também no fortalecimento da gestão territorial desses povos tradicionais.
“O projeto busca apoiar e incentivar a Comunidade Xipaya para fortalecer a prática de uso dos produtos da sociobiodiversidade, contribuindo para a estruturação da cadeia produtiva da copaíba, de modo a garantir saberes e práticas tradicionais, com agregação de valor aos produtos da floresta. Além disso, com o Projeto Ipa’wã, há um fortalecimento da Gestão Territorial Xipaya, em virtude da ampliação da área de efetivo uso da floresta. Em consequência disso, haverá melhor monitoramento territorial, uma vez que as áreas de copaíba ocorrem nas proximidades dos limites do território indígena”,
detalha o professor Deivison Venicio Souza, responsável pelo Laboratório de Manejo Florestal da UFPA.
A execução do projeto permite a participação de docentes e discentes da UFPA em diversas atividades e discussões em reuniões na Aldeia Tukamã, representada pela Associação Indígena Pyjahyry Xipaia – AIPHX. Além de trabalhar no desenvolvimento da idealização e proposição do projeto, a UFPA busca contribuir também com diversas atividades, como o mapeamento por inventário florestal e o microzoneamento das regiões de ocorrência das árvores de copaíba, de modo participativo e baseado no conhecimento empírico da população local.
“Ao final da sua execução, espera-se que as comunidades envolvidas alcancem três principais objetivos: primeiro, a melhoria das condições socioeconômicas pela agregação de um novo produto do extrativismo, o óleo de Copaíba; segundo, o fortalecimento do extrativismo nas áreas de ocorrência de copaíba pelas comunidades envolvidas; e terceiro, o fortalecimento da Gestão Territorial da Terra Indígena Xipaya, pela ampliação da área de efetivo uso da floresta”, explica Deivison Venicio Souza.
Sobre o projeto
Iniciado em janeiro deste ano, o projeto recebeu o nome “Ipa’wã” por ser uma palavra de origem indígena, da língua Xipái, que significa “árvore de copaíba”. Atualmente, o projeto concluiu sua primeira etapa, voltada para a limpeza dos igarapés Jaboti e Cupinaré, a fim de permitir o acesso às áreas de interesse para extração do óleo da copaíba e, agora, segue para a execução da segunda etapa, que envolve a realização do mapeamento por inventário florestal e microzoneamento das áreas de ocorrências de copaíba nativas.
A previsão é que todas as atividades sejam concluídas até o final de 2023, podendo beneficiar diretamente famílias da Aldeia Tukamã, da Aldeia Kaarimã e da Aldeia Tukayá, totalizando, aproximadamente, 141 indígenas, que estão dentro da Terra Indígena Xipaya.