Realizada semana passada, a ação foi uma iniciativa da equipe técnica da Gerência de Biodiversidade, vinculada à Diretoria de Gestão da Biodiversidade (DGBio) do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-bio). E contou com o apoio de uma equipe da empresa Amazônia Aventura, que utilizou equipamentos de rapel e escalada para alcançar os quase 10 metros de altura onde ninho foi instalado.
Essa foi mais uma etapa do projeto “Reintrodução e Monitoramento das Ararajubas em Unidades de Conservação da RMB – Belém Mais Linda!”, realizado pelo Ideflor-bio, em parceira com a Fundação Lymington, de São Paulo.
Os ninhos artificiais simulam árvores ocas, que servem de abrigo para a postura e o cuidado com os ovos e filhotes, explicou a gerente de Biodiversidade do Instituto, Nívia Pereira. “O objetivo de colocar o ninho nas proximidades do viveiro, onde alguns indivíduos permanecem em treinamento, é facilitar a vida de um casal de ararajubas que escolheram o local para passar a noite. Elas exploram as redondezas durante o dia, mas sempre retornam para dormirem lá”, ponderou Nívia.
Balanço
O projeto “Reintrodução e Monitoramento das Ararajubas nas Unidades de Conservação da Região Metropolitana de Belém – Belém mais linda!” foi idealizado em 2016, por meio de uma parceria entre o Ideflor-bio e a Fundação Lymington, de São Paulo. Em 2017 foram construídos os aviários no Parque Estadual do Utinga. No mesmo ano, foram trazidos de São Paulo para o Parque, em Belém, o primeiro grupo formado por 14 aves, criadas em cativeiro. Em 2018, foi promovida a soltura de 20 indivíduos da espécie, sendo que uma delas nasceu a partir da reprodução livre, dentro do Parque.
De acordo com a gerente Nívia, cinco do total de 20 aves que foram soltas continuam morando no Parque. Já foi possível visualizar um grupo de quatro a cinco aves voando e colorindo os céus da capital paraense. As ararajubas são aves ameaçadas de extinção, incluídas tanto na lista estadual quanto federal. “A gente deixa comida disponível para que no pós-soltura alguns indivíduos permanecessem no Parque, por estarem mais protegidos aqui”, ressaltou a gerente.
Com as vibrantes cores verde e amarela, a ave que é considerada símbolo do Brasil desapareceu da fauna da capital paraense entre as décadas de 40 e 50 devido à expansão da cidade, o desmatamento e o comércio ilegal de animais silvestres. O projeto surgiu justamente para reintroduzir promovendo a readaptação do animal silvestre no habitat amazônico. Elas se alimentam basicamente de frutas e vivem entre 20 a 40 anos.