PF deflagra operação contra crimes ambientais na divisa entre AC e AM

Há suspeitas de invasão e desmatamento de terras públicas

Policiais federais cumpriram, na manhã de hoje (10), cinco mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal no âmbito de uma investigação que apura suspeitas de invasão e desmatamento de terras públicas na divisa entre o Acre o Amazonas.

Segundo a assessoria da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Acre, cinco grandes áreas públicas desmatadas ilegalmente foram identificadas na divisa entre os dois estados, na região do município de Boca do Acre, no sul do Amazonas.

Foto: Divulgação

Alvo de constantes operações contra crimes ambientais e ocupação de área pública, a divisa entre o Acre e o Amazonas abriga a Floresta Estadual do Antimary, a primeira floresta pública do país certificada para o manejo florestal empresarial. Ali também funciona o Projeto de Assentamento Extrativista (PAE) do Antimary, alvo da cobiça de grileiros.

“Ao longo dos anos, organizações criminosas vêm utilizando a força para expulsar os agroextrativistas. Eles expulsam as famílias contempladas no projeto, derrubam a floresta e, então, preparam a terra para a criação de gado, criando grandes propriedades para uns poucos fazendeiros. Isto deturpa o objetivo original da PAE”, disse o delegado federal Itawan de Oliveira.

Segundo o delegado, ninguém foi detido em flagrante durante a operação de hoje, mas os agentes federais apreenderam motosserras e outros produtos e apetrechos. “É uma forma de desarticularmos estes grupos criminosos”, acrescentou o delegado.

De acordo com a superintendência acreana da PF, a análise de imagens de alta resolução, captadas por satélites, permitiu que pontos com aumento significativo de desmatamento recente fossem identificados, subsidiando a deflagração da chamada Operação Olho da Providência.

“Graças à tecnologia de monitoramento adquirida pela PF, é possível identificar focos de queimadas e de desmatamento na Floresta Amazônica com maior precisão, quase em tempo real”, explicou Oliveira, garantindo que outros focos de crimes ambientais estão sendo identificados. “Outras incursões policiais podem ocorrer a qualquer tempo.” 

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