Pescadora amazonense ganha o prêmio nacional ‘Mulheres das Águas’ na categoria ‘Pesca Artesanal em Águas Continentais’

Lilian Gonçalves se destaca na proteção do pirarucu e na luta contra a pesca ilegal na região amazônica. 

Na categoria ‘Pesca Artesanal em Águas Continentais‘, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade indicou a amazonense Lilian Gonçalves. A jovem de 22 anos é da cidade de Maraã, no Amazonas, em meio às águas do rio Japurá, Lilian acompanha seus familiares no manejo do pirarucu desde a infância, e trabalha na proteção da espécie na região de lagos, contra a pesca predatória do peixe que está ameaçado de extinção.

Ela participa das atividades de monitoramento, leciona na comunidade e faz parte da organização socioprodutiva que participa do Projeto Rural Sustentável (PRS) da Amazônia. Lilian conta que vê a evolução de quando começou na atividade para os dias atuais:

“No início a pesca não tinha a mesma participação de mulheres que vejo hoje, eram mais homens que trabalhavam e não tinham nenhum tipo de benefício ou trabalho coletivo, era muito individual. Hoje isso vem mudando, os pensamentos das pessoas, a organização no setor e a busca por mais reconhecimento, valorização e proteção dos nossos territórios e recursos naturais”.

Foto: Reprodução/Ministério da Pesca e Aquicultura

Para a pescadora, a participação dos movimentos sociais na organização da atividade pesqueira colabora para a conservação de seu território. 

Lilian entende que a pesca ilegal gera destruição das espécies e do meio ambiente: “Com a preservação dos recursos naturais, no futuro, nossa população não vai precisar deixar nosso território. O desejo é que deem mais atenção à nossa segurança”. 

A amazonense acredita que o Prêmio encoraja mais mulheres a irem à luta e participarem das tomadas de decisões, ocupando seus espaços e sendo valorizadas.

Em ligação com Lilian, para comunicá-la da premiação e convidá-la à cerimônia de homenagem do prêmio – que será realizada em Brasília – o Ministro André de Paula enfatizou o apreço e respeito à atuação da pescadora: “Como professora, pescadora, amazônida, jovem, muito combativa e o trabalho que você faz na luta pela preservação do pirarucu merece todo o nosso aplauso. Então, te homenagear é homenagear as mulheres que como você lutam todos os dias nas águas”.  

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