Peixes aparecem mortos em canal que leva ao Rio Amazonas no Amapá; entenda os possíveis motivos:

Pesquisadora da Ueap aponta que poluição e alta temperatura podem ter causado mortes.

Dezenas de peixes apareceram mortos no dia 16 de agosto no canal da Avenida Mendonça Júnior, que leva ao Rio Amazonas, no Centro de Macapá (AP). Especialista aponta as altas temperaturas e a poluição no canal como principais causas da mortandade.

Segundo a pesquisadora Luíza Prestes, do colegiado de engenharia de pesca da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), a espécie tilápia, que foi a mais avistada, é exótica, não é da Bacia Amazônica.

“São espécies exóticas e mais rústicas, ou seja, elas têm maior tolerância a esses ambientes que têm algum tipo de impacto por conta de efluentes domésticos. Dei uma olhada, alguns peixes mortos são tilápias, da espécie Oreochromis niloticus, que é uma espécie que é da África e foi trazida aqui para o Brasil”, 

disse a pesquisadora.

Peixes da espécie tilápia são a maioria dos animais mortos. Foto: Rafael Aleixo/g1 Amapá

Registros divulgados por moradores da região apontaram uma grande concentração dos animais mortos em uma das partes do canal.

E essa não é a primeira vez que peixes aparecem mortos. O Júnior vende alimentos próximo ao canal e disse que essa foi a terceira vez que viu os peixes aparecerem mortos. “Eu acho que com essa vez é a terceira. Na verdade, a gente fica até triste, né?” Porque é muito peixe é o pessoal que passa aqui no canal para olhar. Agora fica a dúvida, porquê desse acontecimento, né?”, questionou o empreendedor.

Os animais mortos atraem urubus para uma das áreas mais movimentadas do centro comercial da capital. Foto: Rafael Aleixo/g1 Amapá

Acúmulos dos peixes no canal 

Segundo Luíza Prestes, os peixes vêm de outras áreas em direção ao Rio Amazonas, mas com o fechamento das comportas acabam ficando confinados no espaço e morrem.

“O canal está em um período de meio-dia, maior temperatura, e a profundidade está muito baixa e isso causa mortandade. E essa espécie é rústica, mas não aguenta uma temperatura tão alta e uma quantidade de oxigênio tão baixa”, explicou a pesquisadora. 

*Por Rafael Aleixo, do g1 Amapá

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