Parque Nacional do Pacaás Novos. Foto: Reprodução/ Brasil Turismo.
Os parques nacionais são áreas protegidas fundamentais para a conservação da natureza, o desenvolvimento de pesquisas científicas e a promoção de atividades recreativas. No Brasil, esses espaços têm como principal objetivo preservar ecossistemas naturais de grande importância ecológica.
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Cada parque possui características e atrativos únicos, oferecendo não apenas a proteção da fauna e flora, mas também oportunidades para a educação ambiental, a realização de estudos científicos e o lazer em contato direto com a natureza. Essas áreas são criadas pelo Estado com o intuito de proteger as singularidades geográficas que existem no Brasil.
“Acerca dos parques nacionais no Brasil, é importante destacar que a Constituição Federal, no artigo 225, estabelece a questão dos espaços territorialmente protegidos, sendo eles terras indígenas e unidades de conservação, que podem ser Parques Nacionais. Geralmente esses tipos de parques são os que possuem maior atividade turística, e são os locais mais conhecidos no Brasil”, declarou o Doutor em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas, Deivison Molinari, ao Portal Amazônia.
De acordo com Molinari, todo parque é criado através de uma lei e possui um conselho gestor composto pelo ICMBio, e um plano de gestão dependendo do estilo do parque, como o plano de manejo e o plano de capacidade de carga, que define quantas pessoas podem visitar a região.
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Parque Nacional da Amazônia
Localizado no coração da floresta amazônica, entre os estados do Pará e Amazonas, o Parque Nacional da Amazônia é um dos maiores símbolos da conservação ambiental no Brasil. Com mais de 1 milhão de hectares de extensão, o parque protege uma das regiões mais biodiversas do planeta e representa um verdadeiro refúgio para a fauna, a flora e os povos tradicionais da floresta.
Criado em 1974, o parque tem como missão a preservação do ecossistema, dos rios sinuosos, das árvores centenárias, das vastas áreas de várzea e das trilhas de mata fechada. Além disso, trata-se de uma área estratégica contra as mudanças climáticas e o desmatamento, atuando como um dos principais ‘pulmões’ do mundo.

Desde sua criação, o Parque Nacional da Amazônia passou por expansões territoriais com o objetivo de proteger ainda mais as áreas ameaçadas pela ação humana. A região abriga uma biodiversidade impressionante, com espécies como a onça-pintada, o boto-cor-de-rosa, o jacaré-açu, além de inúmeras aves, répteis, anfíbios e insetos.
Na flora, destacam-se as espécies de alto valor ecológico e econômico, como a castanheira, o cedro e o mogno. A vegetação também é fonte de sustento e medicina para comunidades locais, que utilizam frutos e plantas como açaí, cupuaçu e a andiroba.
Apesar de o acesso ser restrito e cuidadosamente controlado, o Parque Nacional da Amazônia oferece experiências para visitantes que buscam ecoturismo responsável, como trilhas ecológicas que permitem a observação de espécies raras em seu habitat natural, e passeios fluviais pelos rios Tapajós e Amazonas que proporcionam o contato com paisagens deslumbrantes e comunidades ribeirinhas. Essas atividades são realizadas sempre com o acompanhamento de guias treinados
Parque Nacional Mapinguari
Localizado entre os estados do Amazonas e Rondônia, com mais de 1,7 milhão de hectares, o Parque Nacional Mapinguari abriga espécies raras da fauna e da flora, além de proteger tradições culturais e fomentar o turismo sustentável.
Criado no dia 5 de junho de 2008, o parque é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e surgiu como uma resposta às crescentes ameaças ambientais na região. Além disso, o avanço do desmatamento e da exploração ilegal de recursos naturais nos anos anteriores à sua criação impulsionou a implementação da área protegida.

O nome do parque remete ao ‘Mapinguari’, criatura lendária presente em mitologias indígenas, associada à força da natureza e ao mistério das florestas, a criatura simboliza a reverência aos saberes tradicionais e à riqueza natural da região.
Com ecossistemas variados, que incluem florestas de terra firme, várzeas, rios e cachoeiras, o parque é lar de uma fauna diversificada composta por onças-pintadas, antas, jaguatiricas, araras, tucanos e gaviões-reais. Na flora, destacam-se espécies de uso medicinal e árvores como o jatobá, fundamentais tanto para o ecossistema quanto para o conhecimento tradicional das comunidades locais.
O Parque Nacional Mapinguari também se destaca como destino para o ecoturismo, possuindo trilhas ecológicas guiadas que permitem o contato direto com a vegetação e a fauna locais, enquanto os rios e cachoeiras oferecem momentos de banho e diversão. A observação de aves é outro atrativo importante, já que o parque possui mais de 300 espécies já registradas na área.
Guias capacitados, muitos deles oriundos das comunidades locais, conduzem os visitantes com informações sobre o ecossistema, a cultura tradicional e as práticas sustentáveis da região.
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Parque Nacional do Pacaás Novos
Localizado no estado de Rondônia, o Parque Nacional de Pacaás Novos é um dos mais antigos e importantes redutos de conservação ambiental da região Norte. Com mais de 764 mil hectares, abriga uma variedade de ecossistemas, espécies e tradições culturais.
Criado no dia 21 de setembro de 1979, o Parque Nacional de Pacaás Novos foi estabelecido com o objetivo de proteger a região onde os biomas Amazônico e Cerrado se encontram, o que torna o parque um dos territórios mais valiosos para a conservação da biodiversidade no Brasil.

Além da beleza natural, o parque tem papel estratégico na proteção de nascentes e bacias hidrográficas que abastecem rios importantes de Rondônia, contribuindo diretamente com o equilíbrio climático e a segurança hídrica do estado.
O parque oferece uma paisagem composta por vales profundos, montanhas cobertas por vegetação nativa, cachoeiras cristalinas e trilhas que cortam a floresta. Além disso, a diversidade de ambientes abriga diversas espécies da fauna brasileira, como a onça-pintada, a anta, a jaguatirica, diversas espécies de macacos, répteis e aves tropicais, como araras, tucanos e gaviões.
Na flora, castanheiras, ipês e árvores medicinais dividem espaço com a vegetação típica do Cerrado e da floresta amazônica. Atraindo o interesse de pesquisadores e universidades, o parque é um destino cada vez mais buscado por ecoturistas e amantes da natureza.
Várias comunidades indígenas vivem nas proximidades do parque, entre elas grupos que mantêm práticas sustentáveis e saberes ancestrais sobre o uso da floresta, e a presença dessas comunidades reforça a necessidade de políticas de conservação que respeitem os direitos territoriais e culturais dos povos originários.
Entre as principais atrações turísticas do parque, estão as trilhas ecológicas de diferentes níveis de dificuldade, que percorrem trechos da floresta e do Cerrado, e em muitos pontos, mirantes naturais revelam paisagens panorâmicas especialmente ao pôr do sol. Além disso, o parque também é um dos pontos de observação de aves mais ricos da região Norte, com dezenas de espécies exóticas registradas.
Parque Nacional do Jamanxim
Localizado no sudoeste do Pará, o Parque Nacional do Jamanxim é uma das áreas mais estratégicas da Amazônia brasileira para a conservação da biodiversidade. Criado em 2006, em resposta ao avanço do desmatamento e da exploração ilegal, o parque abriga quase 860 mil hectares de florestas tropicais, rios e uma impressionante variedade de espécies animais e vegetais.
Desde então, o Parque Nacional do Jamanxim tornou-se símbolo de resistência ambiental, protegendo ecossistemas vitais e ajudando a regular o clima e os ciclos hídricos que impactam não apenas o Brasil, mas também o equilíbrio ambiental global.

Dentre os animais que vivem na região, estão onças-pintadas, tamanduás-bandeira, antas, jaguatiricas, diversas espécies de macacos, araras, tucanos e harpias, répteis como jacarés e uma infinidade de anfíbios. A vegetação também se destaca, com castanheiras, copaíbas, ipês e outras árvores que desempenham papel crucial na manutenção do ecossistema e na captação de carbono da atmosfera.
A conservação do Parque Nacional do Jamanxim enfrenta obstáculos significativos, já que a região está inserida em um dos principais corredores de desmatamento da Amazônia, onde a exploração ilegal de madeira, a caça predatória e as pressões do agronegócio colocam em risco a integridade da unidade.
Para combater essas ameaças, o parque conta com ações de fiscalização, programas de reflorestamento e campanhas de educação ambiental. Além disso, parcerias com organizações não governamentais, órgãos ambientais e comunidades locais fortalecem o enfrentamento dos desafios.
Embora o Parque Nacional do Jamanxim ainda não esteja amplamente estruturado para o turismo convencional, existem iniciativas de turismo ecológico e científico, conduzidas de forma responsável e com controle de impacto ambiental.
As atividades incluem trilhas guiadas, observação de aves e visitas educativas que revelam a riqueza natural do parque sem comprometer sua integridade. Essas experiências são acompanhadas por especialistas e membros das comunidades, que compartilham informações sobre a biodiversidade, os desafios da conservação e as soluções sustentáveis aplicadas no território.
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Parque Nacional Nascente do Lago Jari
Localizado no sul do Amazonas, entre os municípios de Boca do Acre e Lábrea, e com uma área de mais de 800 mil hectares, está um dos redutos mais bem preservados da floresta tropical.
Criado no dia 8 de maio de 2008, o Parque Nacional Nascentes do Lago Jari tem um papel estratégico na proteção de nascentes e rios que alimentam um dos ecossistemas da floresta. Com cerca de 812.745 hectares de extensão, a unidade de conservação atua como escudo contra o avanço da degradação.

O parque protege as nascentes do Lago Jari, um dos principais formadores da bacia do rio Purus, importante afluente do Amazonas. Essas águas garantem o sustento de ecossistemas aquáticos e terrestres, além de abastecerem comunidades tradicionais que dependem diretamente dos recursos naturais.
Já a floresta que cobre o parque atua como um grande regulador climático, ajudando a absorver dióxido de carbono e a manter as chuvas que irrigam diversas regiões do Brasil. As trilhas florestais e os cursos d’água do parque abrigam uma riqueza biológica de espécies da Amazônia, muitas delas ameaçadas de extinção.
Dentre essas espécies estão a onça-pintada, o tamanduá-bandeira, o peixe-boi amazônico, a ariranha, a harpia, a arara-azul, o gavião-real e papagaio-do-mangue. Na vegetação, castanheiras-do-brasil, seringueiras, ipês e pau-rosa formam florestas densas que, além de protegerem o solo e os cursos d’água, oferecem abrigo e alimento para centenas de espécies.
A gestão do parque é voltada à preservação ambiental integrada ao desenvolvimento sustentável, e diversas ações são realizadas para manter os ecossistemas protegidos e, ao mesmo tempo, engajar as comunidades locais.
- Monitoramento ambiental: pesquisas científicas regulares avaliam o estado dos habitats e guiam medidas de conservação.
- Educação ambiental: escolas e visitantes são envolvidos em programas de conscientização sobre a importância da floresta.
- Turismo de baixo impacto: trilhas ecológicas, passeios de observação de aves e navegação por igarapés promovem o contato com a natureza sem agredi-la.
- Reflorestamento: áreas degradadas próximas às margens de rios estão sendo recuperadas com espécies nativas.
*Com informações do 123ecos.
