Para 70% dos brasileiros, desmatamento na Amazônia tem impacto direto em suas cidades

Metade da população também deixaria de consumir produtos oriundos de áreas desmatadas. Dados foram revelados por pesquisa realizada em parceria com o projeto CITinova, do MCTI, e vão orientar políticas públicas.

Para 70% dos brasileiros, o desmatamento da Floresta Amazônica tem impacto direto em suas cidades. É o que aponta a Pesquisa Nacional sobre Meio Ambiente, realizada pelo Programa Cidades Sustentáveis, com apoio do Projeto CITinova do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. 

De acordo com a pesquisa, os entrevistados acreditam que o aumento da temperatura, a poluição do ar e o prolongamento dos períodos mais secos estão relacionados ao desmatamento. O resultado foi apresentado pelo Youtube.

“Chama a atenção que as pessoas acreditam que o desmatamento na Amazônia tem implicações direto com os impactos nas regiões onde elas moram. Isto mostra que as pessoas estão conectadas e percebem esses efeitos diretamente em suas vidas, principalmente em relação a um aumento das temperaturas, da poluição do ar e da seca”,

destacou o coordenador do Instituto Cidades Sustentáveis, Igor Pantoja.

Foto: Daniel Marques/MCTI

O levantamento revela que essa percepção é ainda mais forte nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde 75% dos moradores reconhecem que alguns impactos em seus municípios foram causados pelo desmatamento. Já na região Sudeste, 73% das pessoas dizem sentir os impactos do desmatamento. “O Sudeste concentra os grandes centros urbanos do país e por lá também percebem os efeitos do desmatamento”, explicou Igor. 

Consumo 

Questionados sobre a relação entre o consumo e o desmatamento da Amazônia, metade dos brasileiros disseram que deixaria de comprar produtos, como madeira, soja e carne, oriundos de áreas desmatadas. 

“Esse dado mostra a conscientização em relação ao consumo de produtos que estejam relacionados comprovadamente com o desmatamento da Amazônia”,

comentou.

Parceria

A diretora do Projeto CITInova do MCTI, Marcela Aboim Raposo, enfatizou a importância da parceria com o programa Cidades Sustentáveis para a construção de uma agenda ambiental. “O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação trabalha na construção da agenda do CITInova que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento urbano sustentável de municípios e regiões metropolitanas por meio da ciência, tecnologia e inovação”, disse. “O Programa tem sido um parceiro estratégico para capilarizar o conhecimento, mobilizar e engajar os mais diversos municípios do país”, completou.

Ainda segundo a diretora do MCTI, o estudo realizado é essencial para orientar na construção das ações da pasta: “É fundamental entender a percepção da população sobre o meio ambiente para orientar a atuação do governo federal, em especial do MCTI, para pensarmos no desenvolvimento de políticas públicas que visam assegurar a qualidade de vida da população da cidade”. 

CITinova

É um projeto multilateral realizado pelo MCTI para a promoção da sustentabilidade nas cidades brasileiras por meio de tecnologias inovadoras e planejamento urbano integrado. Com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês), o projeto é implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e executado em parceria com Agência Recife para Inovação e Estratégia (ARIES) e Porto Digital, Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Programa Cidades Sustentáveis (PCS) e Secretaria do Meio Ambiente (SEMA/GDF).

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