As chances de sobrevivência destes animais na natureza são reduzidas devido aos predadores e ações prejudiciais causadas por seres humanos.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) afirmou que mais de 60% dos ovos de tartarugas não resistiram ao período de estiagem no Amapá. Os dados foram observados pelo Projeto Quelônios da Amazônia (PQA), que é uma ação do Ibama, e atua em Pracuúba no Amapá, e Afuá, no Pará, e realizou a soltura de aproximadamente 4,5 mil quelônios, no Lago da Ilha da Ponta, localizado no município de Pracuúba.
Essa é a segunda soltura de quelônios em 2023 no município de Pracuúba, a primeira aconteceu em junho, com a soltura de 7 mil filhotes.
Segundo o Ibama, as chances de sobrevivência destes animais na natureza são reduzidas, devido aos predadores e ações prejudiciais causadas por seres humanos.
Por estes fatores, o processo até a liberação dos quelônios é supervisionado desde quando ainda são ovos. A equipe busca as covas e os transfere para uma área chamada “berçário”, que consiste em covas protegidas para o desenvolvimento. O superintendente do Ibama, Bernardino Nogueira, explica sobre.
“Há 20 anos temos esse projeto na região, levando os ovos para a incubadora e protegendo os filhotes frágeis dos predadores”,
disse.
A liberação dos filhotes usualmente acontece em março ou junho, quando os ovos se chocam e cascos já estão resistentes. As tartarugas nasceram precocemente neste fim de ano por conta do período de estiagem.
O superintendente informou também que os filhotes devem ser liberados até um mês após o nascimento, pois nesse período ainda estão com instinto de sobrevivência aguçados.
“O período de estiagem foi tão forte que eles nasceram muito cedo. Se a gente passar três ou quatro meses com eles no cativeiro, ele não vai mais ter resistência, não vai saber viver. Ele fica atrofiado e não sabe procurar comida, sendo uma presa mais fácil para os predadores”, disse o superintendente do Ibama.
Inicialmente a meta consistia na liberação de mais de 11 mil quelônios. No entanto, por conta deste período de estiagem mais de 60% dos ovos das tartarugas não resistiram ao calor, a espécie também apresentou dificuldades de reprodução.
A próxima liberação acontece no município de Afuá e pretende liberar um maior número de animais da espécie.
Acadêmicos de Ciências Ambientais da Universidade Federal do Amapá colaboraram no projeto, realizando a operação juntamente aos técnicos profissionais em meio ambiente. A estudante universitária Samela Martins destacou a importância deste momento para a sua vida profissional.
“Isso vai ser muito importante para a nossa profissão no futuro, já que temos que ter esse contato e temos pessoas que ajudam a gente a lidar com isso. E o Ibama tem feito com a gente uma ótima ação para a nossa profissão. Esse contato de imediato é muito importante”, disse.
*Por Josi Paixão e Isadora Pereira, do Grupo Rede Amazônica