O juiz federal Érico Rodrigo Freitas Pinheiro também estabeleceu que o empresário deve ser monitorado eletronicamente e que só pode locomover-se dentro dos limites de Belém (PA), onde mora. Panassolo está obrigado, ainda, a comparecer mensalmente na Justiça Federal para explicar-se sobre suas atividades e está impedido de deixar o Brasil.
Ele também não pode mais manter contato com outro acusado pela grilagem (tomada de posse de terra pública por meio de fraudes em documentos), o pecuarista Ruy Villar de Lima Sampaio Júnior.
O empresário havia sido preso preventivamente no final de novembro, para evitar o aumento dos conflitos.
Atuação criminosa
Por meio de falsificação de certidão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da apresentação de informações mentirosas ao Tribunal de Justiça do Estado, Ruy Villar Júnior conseguiu que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semas) fosse obrigada a aprovar um plano de manejo para a área grilada, apesar de o Incra e a Semas terem apontado uma série de provas da falsidade da certidão.
De acordo com o Incra, o plano de manejo obtido ilegalmente por meio de falsificação de certidões incide sobre três assentamentos em Rurópolis: PDS Novo Mundo, PDS Cupari e PA Paraíso.
Panassolo responde, ainda, por uma denúncia de crime de submissão de 11 trabalhadores a trabalho escravo.
O MPF-PA pede à Justiça que Ruy Villar Júnior seja condenado a até 21 anos de prisão e multa pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, uso de documento falso e fraude processual.
Para Panassolo o MPF pede à Justiça a condenação a 32 anos e seis meses de prisão e multa pelos crimes de uso de documento público falso, fraude processual, ameaça e desmatamento ilegal de 19 mil hectares.