‘Jack, o jacaré’: moradora da Zona Sul de Manaus dá nome a animal que vive em igarapé poluído

Nas redes sociais, Keila Moura, que nomeou o jacaré de Jack, também explicou a situação do animal e mostrou várias imagens do mesmo

Durante uma caminhada vespertina na Avenida 13 de maio, no bairro Colônia Oliveira Machado, uma cena chamou a atenção da dona de casa, Keila Moura. Ela avistou um jacaré rondando o igarapé da área. Apesar de tudo, Keila afirmou que o animal é pacifico, mas se preocupa com o número de curiosos que se aproximam.

Nas redes sociais, Keila, que nomeou o jacaré de Jack, também explicou a situação do animal e mostrou várias imagens do mesmo. “Não sou protetora de animais, mas qualquer um em sã consciência ficaria com pena de um animal vivendo nessa situação precária”, escreveu.

Segundo Keila, os moradores da região comentaram que um outro jacaré foi morto, pois, representava perigo para as crianças que brincavam próximo ao animal. “Pensei que iriam matá-lo, afinal, não seria a primeira vez. Em outra ocasião, arrastaram um jacaré morto para todos os lados”, disse a dona de casa.

Foto: Keila Moura/Arquivo Pessoal

A dona de casa acha a situação do jacaré triste. Uma semana passou e o animal continua pela área do igarapé. Vivendo entre dejetos e a poluição de todos os tipos. “Não faço ideia do que ele come, nem como ele sobrevive nessa água imunda. Entrei em contato com alguns lugares, mas disseram que o animal não significava uma ameaça, então, a remoção não era necessária”, explicou.

Animais pacíficos 

De acordo com a bióloga, Luciana Frazão, os jacarés são animais calmos e não atacam pessoas, principalmente, nos igarapés de Manaus. Sobre as mortes desses animais pela mão de homens, a bióloga destaca que as pessoas tem medo dos animais, então, geralmente, os matam ou maltratam, jogando pedras, por exemplo.

A bióloga contou ao Portal Amazônia que o fato deles sobreviverem em meio a poluição não significa uma boa qualidade de vida. “Pelo contrário. Visualmente, esses jacarés parecem saudáveis e bem alimentados por conta do volume abdominal, só que a maior parte desse volume é lixo (sacos plásticos e até vidros). Jacarés apresentam um olfato bem desenvolvido e são animais generalistas e oportunistas, ou seja, comem o que tiver passando”, disse.

Uma das principais causas de morte dos animais que habitam igarapés poluídos são os lixos acumulados em seu estômago. “Esses animais são espécie-chave e controlam as populações de suas presas, sendo que no ambiente urbano ajudam os humanos, comendo ratos e caramujos-africanos, animais transmissores de doenças”, destacou.

Foto: Keila Moura/Arquivo Pessoal

Resgate

Em nota, o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM) explicou que não há resgate de animais silvestres em seu habitat por nenhum órgão ambiental. Os igarapés também são locais de habitat de animais como o jacaré. O resgate poderia ocorrer se o jacaré saísse da área do igarapé.

O Ipaam informa ainda que o serviço de resgate do órgão permanece suspenso devido à pandemia com previsão de retorno nas primeiras semanas de agosto.

Vale ressaltar que se o animal estiver sofrendo algum tipo de agressão por civis, o Batalhão Ambiental deve ser acionado. Informações e denúncias sobre crimes ambientais podem ser feitas diretamente ao Batalhão Ambiental da PM por meio do telefone (92) 98842-1547.

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