Já sentiu cheiro de grama recém-cortada? O odor característico é composto, em sua maioria, por uma molécula química chamada Isopreno. O cheio é produzido pelas plantas como forma de alerta a pragas, predadores e outras ameaças. O que as pessoas não sabem é que essas moléculas têm sido largamente estudado pela comunidade científica nos últimos anos pela sua importância no ciclo de água na Amazônia e pela produção de ozônio, um dos grandes problemas ambientais do último século.
Inicialmente o isopreno é produzido pela plantas como forma de indicar ameaças. Na Amazônia há pelo menos 3,3 milhões de quilômetros quadrados de floresta. As árvores da floresta produzem vários compostos químicos, entre eles o Isopreno. As moléculas do composto são soltas pelo ar e sobem pela atmosfera.
Segundo artigo científico publicado na Nature, árvores tropicais da Amazônia são responsáveis por 80% das emissões de isopreno para a atmosfera e são responsáveis por dois importantes processos: a formação de nuvens e a produção de ozônio na atmosfera.
O primeiro é um processo totalmente benéfico para a Amazônia. Segundo Paulo Artaxo em entrevista a rádio USP, afirmou que o isopreno na atmosfera se torna uma espécie de semente onde as gotas de umidade podem se aglomerar e formar as nuvens. Graças a esse processo a floresta amazônica produz nuvens de chuva para outras regiões da América do Sul.
Entretanto o segundo processo forma moléculas de ozônio, um dos gases do efeito estufa. Para o pesquisador Philip Fearnside, o aumento do desmatamento, das queimadas e o do aumento da temperatura da global geram stress na floresta que gera mais isopreno na atmosfera. “O ser humano tem tido pouco cuidado nas mudanças ambientais mesmo desconhecendo com profundidade os processos e suas sensibilidades no ambiente. Nós podemos estar mudando o clima do planeta de maneira irreversível”, afirma o pesquisador.
O estudo publicado na Nature conseguiu provar que o aumento da temperatura realmente aumentou a quantidade de isopreno no ar, ou seja, o aumento da temperatura mundial realmente estaria fazendo com que as plantas produzissem mais isopreno. Mais estudos devem investigar o isopreno e sua relação delicada com a Amazônia e o clima global.