Iniciativas de conservação da Amazônia são destaque na COP 23

Três iniciativas para valorização da Floresta Amazônica foram apresentadas nesta segunda-feira (13), durante a 23º Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP-23), que acontece em Bonn, na Alemanha. As ferramentas apresentam iniciativas de sucesso do Amazonas para a conservação de florestas, estimulando o compartilhamento de experiências entre países.

Foto:Divulgação/FAS

Uma delas é o manual do Programa Bolsa Floresta (PBF), iniciativa amazonense que ajudou a melhorar a vida de 40 mil pessoas moradoras de 10,9 milhões de hectares da região, reduzindo em 37% os números de desmatamento nas áreas atendidas.Os projetos foram apresentados na Universidade de Bonn, em evento paralelo à COP, reunindo estudantes de diferentes países. Participaram o superintendente-geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Virgilio Viana, o secretário de estado de Meio Ambiente do Amazonas, Marcelo Dutra, o presidente do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), Alfredo Sirkis, o pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Britaldo Soares, Jan Borner, pesquisador da Universidade de Bonn e João Pedro Bonilla do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). As iniciativas são lideradas pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN-Amazônia), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e ONU Meio Ambiente.Manual sobre projetos de serviços ambientaisCom quase 10 anos de atuação na região, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS) apresentou o manual “Desenhando esquemas inovadores para pagamento por serviços ambientais”, elaborado em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A ferramenta tem por objetivo replicar globalmente a metodologia do Programa Bolsa Floresta (PBF), projeto amazonense de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) que recompensa cerca de 9 mil famílias que assumiram o compromisso de não desmatar, em 16 Unidades de Conservação (UC).Maior programa de PSA do mundo em extensão, o Bolsa Floresta leva iniciativas de geração de renda – como apoio à turismo, pesca e manejo de castanha – com o objetivo de fazer a floresta valer mais em pé.“Esse manual tem por objetivo incentivar o desenvolvimento de programas de PSA mundo afora, considerando todas as questões sociais e ambientais envolvida. A ideia é que cada projeto possa ser construído a partir do conhecimento local, uma estratégia de serviços ambientais para conservação das florestas”, explica o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana.O guia sobre o programa, elaborado em parceria com o BID, foi construído por uma equipe de 25 pesquisadores de vários países ao longo de dois anos. A ferramenta está dividida em três capítulos: no primeiro, um resumo explicativo sobre o Bolsa Floresta, que apresenta uma breve uma contextualização e detalha sua replicabilidade. No segundo, há o modelo “canvas” para análise e replicação da iniciativa: um diagrama para estruturar os arranjos de implementação em diferentes contextos. E no terceiro, estão exemplos práticos de como o programa funciona na prática e seus impactos. A publicação é gratuita e está disponível no site da Fundação.“Um dos grandes desafios para a Amazônia é como promover o desenvolvimento mantendo a floresta em pé. Isso passa por replicar soluções que dão certo, porque o Amazonas é muito grande para falhar”, defende Virgílio.Soluções sustentáveisNa área de educação para a sustentabilidade, a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN Amazônia) lançou duas plataformas online inovadoras: a Plataforma SDSN, que busca localizar e compartilhar iniciativas voltadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU em nove países da Bacia Amazônica, e o curso on-line gratuito “Gerenciamento e conservando nosso ecossistema terrestre”, voltado à acadêmicos de diferentes níveis para aprendizagem sobre conservação.A primeira, a plataforma é uma parceria da SDSN-Amazônia, FAS e ONU Meio Ambiente, que visa promover novas tecnologias, modelos de negócios e políticas públicas que tenham impacto para transformação da região.“A ideia da plataforma é ser uma ferramenta simples, que qualquer pessoa que desenvolva uma iniciativa possa cadastrá-la. Um comitê científico fará uma breve avaliação e após isso, ela será incorporada e replicada para qualquer lugar do mundo”, explica Thais Megid, coordenadora da Rede na região.A entrada de casos de solução passará por um conjunto de critérios, em linha com as diretrizes SDSN. Esta iniciativa resultará em uma plataforma de acesso aberto para soluções de desenvolvimento sustentável para a Amazônia.A plataforma está disponível no link: www.maps.sdsn-amazonia.org/pt.
Curso online gratuitos sobre AmazôniaTambém foi lançado nesta segunda-feira (13) o curso on-line “Gerenciando e conservando nossos ecossistemas terrestres, uma parceria entre a rede e FAS.Durante sete dias, estudantes aprenderão sobre os impactos do desmatamento, degradação florestal e mudanças climáticas, compreendendo o impacto das atividades humanas e suas interações com ecossistemas naturais. O curso terá participantes de pesquisadores renomados, como Emma Torres, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUMA), Jeffrey Sachs, professor da Universidade de Columbia, Rita Mesquita, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Thomas Lovejoy, da Universidade George Manson e Peter May, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).O curso está disponível gratuitamente no link: https://courses.sdgacademy.org/. 

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