Indígenas da Amazônia boliviana têm os corações mais saudáveis do mundo

Foto: Reprodução/Shutterstock

Com o aumento de doenças cardíacas em todo o mundo, pesquisadores do Instituto Nacional de Envelhecimento dos Estados Unidos queriam entender melhor a relação entre o modelo de vida pós-industrial e o aumento dessas doenças. Para isso eles foram até a tribo Tsimane, na Amazônia boliviana, estudar o modo de vida dessas comunidades e associação com o risco de doenças cardíacas.

Os Tsimane da Bolívia, uma população com pouco mais de 16 mil indivíduos vivendo um estilo de vida pré-industrial baseado na caça, pesca e no cultivo de plantas ao longo do rio Maniqui, um dos afluentes do rio Amazonas. De 2002 até 2011 os pesquisadores cobriram mais de 85 tribos realizando eletrocardiogramas em indivíduos com mais de 40 anos. Os exames eram realizados a cada 18 meses e o objetivo era observar a longo prazo o comportamento cardíaco dos indígenas.

Os resultados mostraram que os fatores de riscos para doenças na artéria coronária, incluindo pressão sanguínea, colesterol e concentrações de glicose, estiveram baixo para todas as idades amostradas. Por estas descobertas, um indígena Tsimane de 80 anos possui a “idade vascular” de um indivíduo americano com aproximadamente 50 anos.

De acordo com a pesquisa, a dieta de Tsimane carece de gorduras trans, e é uma dieta de baixo teor de gordura. Eles vivem em grupos de até 200 pessoas. Homens e mulheres passam uma média de 4 a 6 horas por dia envolvidos em atividade física. “Estima-se que 14% da sua dieta calórica média é proteína, 14% gordura e 72% carboidratos”, afirma a pesquisa.

A pesquisa afirma que, “Com baixos fatores de risco para doenças coronárias, um estilo de vida saudável para o coração e baixa calcificação coronária, os Tsimane, um população horticulturista da Amazônia boliviana, tem os menores níveis de doenças da artéria coronária de qualquer população já registrada até esta data”, finaliza. A conclusão é que o estilo de vida moderno, incluindo o alto consumo de gorduras, o fumo e a falta de exercícios físicos tem aumentado consideravelmente o nível de doenças cardíacas.

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