Força-tarefa inspeciona lavouras de cacau e cupuaçu em Porto Velho para prevenção à monilíase

A praga pode ser levada pelo vento, chuva, insetos e animais silvestres, mas somente através do homem pode ser levada a grandes distâncias, por meio de material contaminado, como roupas e utensílios.

A equipe técnica da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril de Rondônia (Idaron), formada por profissionais provenientes de oito municípios do Estado, realiza uma série de inspeções em propriedades rurais e urbanas de Porto Velho, em vigilância à monilíase do cacaueiro, praga de relevante impacto econômico que afeta as lavouras de cacau e de cupuaçu.



O objetivo, segundo o coordenador do Programa de Vigilância e Controle de Pragas da Idaron, João Paulo Souza Quaresma, é garantir que Rondônia não apresente ocorrências da doença. 

“Ao final das inspeções, poderemos certificar ao Ministério da Agricultura, a ausência da monilíase em nossas lavouras”,

declarou.

Inspeção é feita em pés de cacau e de cupuaçu, nas áreas rurais e urbanas de Porto Velho. Foto: Divulgação/Gorverno de Rondônia

Caso algum foco da doença seja encontrado, a identificação precoce possibilita a contenção da praga, evitando disseminação para outras regiões do Estado. O presidente da Idaron, Julio Cesar Rocha Peres, explicou que:

“a monilíase é causada pelo fungo Moniliphthora roreri e afeta a produção de frutos do cacau e cupuaçu, podendo causar prejuízos econômicos, tanto ao produtor rural quanto ao Estado. No ano de 2021, casos da praga foram detectadas nos municípios de Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima, no Acre, e em Tabatinga e Benjamin Constant, no Amazonas. Rondônia foi classificado em estado de emergência fitossanitária pelo Ministério da Agricultura, devido à ocorrência da praga nos estados vizinhos. A Agência tem realizado esforços para evitar a introdução da doença no Estado”.


Inspeção e orientação 

Além da inspeção em cacaueiros e cupuaçuzeiros, o trabalho desenvolvido pela Idaron inclui a orientação aos moradores sobre medidas de prevenção relacionadas à monilíase. “A principal orientação é que os rondonienses evitem trazer frutos, amêndoas e mudas de cacau e cupuaçu dos Estados onde foram detectados focos da praga”, explicou Julio Peres.

Considerando a gravidade da doença, o Governo do Estado sempre investiu em treinamento para que, mesmo Rondônia estando livre da praga, a Idaron esteja preparada para atuar de forma emergencial se um dia surgir algum foco. O governador Marcos Rocha, que acompanha de perto o trabalho desenvolvido em defesa do agronegócio afirmou que: “além de equipar a Agência, possibilitando resposta imediata ao menor sinal de pragas nas lavouras, temos investido em capacitação e educação continuada, para que nossos servidores tenham plena capacidade para atuar em casos de emergência”. 

Monilíase

Os sintomas da monilíase nos frutos são: manchas de coloração chocolate ou castanho-escuro, que aparecem entre 45 e 90 dias após a infecção e posteriormente; pó branco em volta do fruto, que aparece de 5 a 12 dias. Esse pó se solta dos frutos em grande quantidade. Além do cacaueiro, o cupuaçuzeiro e outras espécies silvestres podem ser afetados e transmitir a doença.

A praga pode ser levada pelo vento, chuva, insetos e animais silvestres, mas somente através do homem pode ser levada a grandes distâncias, por meio de material contaminado, como roupas, utensílios, sementes, frutos etc. 

Sintomas suspeitos de monilíase em plantas de cacau e cupuaçu também devem ser comunicados à Agência pelo número 0800 643 4337.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Amazônia onde a violência campeia sem controle

Conflitos gerados por invasões de terras configuram hoje o principal eixo estruturante da violência na Amazônia Legal, segundo conclui o estudo Cartografia das Violências na Amazônia.

Leia também

Publicidade