Escola de Barreirinha está entre as 50 do País premiadas no desafio “Criativos da Escola 2020”. Projeto promoveu construção de placas para alertar banhistas sobre lixo, além de maquetes com material reutilizado.
A Escola Estadual Antônio Belchior Cabral, no município de Barreirinha, no interior do Amazonas, foi uma das 50 escolas do país premiadas do desafio “Criativos da Escola 2020″. O projeto “Reutilizar para Conservar”, que venceu na categoria “Meio Ambiente”, promoveu ações de preservação do meio ambiente aos alunos, como construção de placas de conscientização para banhistas não jogarem lixos em praias, além de maquetes com material reutilizado.
O professor Jonailson Jordão Xisto, que dá aulas de biologia na unidade, lembrou que o projeto iniciou após uma reunião entre ele, outra professora e um grupo de cinco alunos. Eles debateram problemas que eram visto dentro da comunidade ribeirinha ‘Distrito de Freguesia do Andirá’, na área rural da cidade.
“Vendo que, na comunidade, o lixo não tem lixeiras adequadas e, geralmente, as pessoas acabam jogando nas praias ou na rua. Em virtude disso, decidimos trabalhar com a educação ambiental, principalmente dentro de escola”, disse o professor.
Após a ideia, o projeto foi escrito junto com cinco alunos do segundo e terceiro ano do ensino médio da escola, no início deste ano.
Segundo o professor, o projeto propõe a confecção de placas com frases de educação ambiental para serem colocadas em pontos estratégicos da comunidade, confecção de lixeiras de material reutilizável, além de construção de maquetes com materiais reutilizáveis para conscientização ambiental na escola.
A aluna do segundo ano do ensino médio, Cleane Marques, de 17 anos, foi uma das estudantes que participou do projeto. Ela contou que a oportunidade de trabalhar com o meio ambiente foi um meio de ajudar na melhoria e conscientização dos moradores em relação ao descarte de lixo na comunidade.
“A nossa ideia é minimizar o lixo, por que nós sabemos que a maioria das pessoas tem essas ações que se tornam feias, muitas vezes por falta de informação. Também de levarmos essas informações as pessoas para separar os lixos e que eles podem ser reutilizados e podem ser transformados em outros objetos de mais utilidade”, disse a aluna.
Além do ambiente escolar
“Queremos fazer com que a comunidade participe dessa educação ambiental. Então, no plano de ação que escrevemos, vamos convidar pais ou comunitários para fazerem palestras e oficinas de reciclagem na escola. Dessa forma, alcançar as famílias e a comunidade”, disse.
Ainda conforme o professor, uma parte do projeto já foi iniciada em 2020 e alunos já produziram placas que foram colocadas em uma praia da comunidade. Maquetes também foram feitas e devem ser reutilizadas por outras escolas como instrumentos de educação ambiental.
Durante o ano, os alunos da escola também participaram de uma coleta de lixo que a comunidade costuma fazer todos os anos. “A ideia é envolver os alunos junto à sociedade. A gente fez uma readaptação do projeto para ser colocado em prática no ano que vem, com novos objetivos”, informou o professor.
Para o professor responsável pelo projeto “Reutilizar para Conservar”, a oportunidade de ajudar o meio ambiente com a iniciativa pode ajudar a solucionar o problema de poluição das praias e até mesmo da comunidade e ajudar no crescimento do local para o futuro.
O aluno do terceiro ano do ensino médio Samuel Brandão de Souza, de 18 anos, também lembrou que os estudantes que fizeram parte do projeto também foram até rádios comunitárias da comunidade para levar mensagens de conscientização contra a poluição dos ambientes.
“Fizemos várias ações durante esses meses aqui na comunidade. Convidamos todos da comunidade para participarem sobre esse problema que afeta todos nós. Cada um de nós fomos falando sobre como é importante manter o meio ambiente limpo, não jogando lixo nem nas praias, nem nos rios. Assim, divulgando o nosso projeto que é ‘Reutilizar para Conservar'”, disse Brandão.
Reconhecimento
O projeto “Reutilizar para Conservar” foi inscrito para concorrer no desafio “Criativos da Escola 2020”, prêmio nacional que selecionou 50 projetos de escolas de todo o país em cinco diferentes áreas. As escolas premiadas devem receber um prêmio de R$ 2 mil para que possam colocar os projetos em prática.
Após a divulgação do resultado, o projeto da Escola Estadual Antônio Belchior Cabral foi um dos 50 premiados pelo Instituto Alana, responsável pelo prêmio, na categoria Meio Ambiente. Segundo o professor Jonailson, o prêmio vai ser aplicado para o desenvolvimento do projeto no próximo ano, além da visibilidade que a conquista trará para a iniciativa.
“É uma coisa incrível. Foge do nosso real. É difícil uma escola ribeirinha ganhar um prêmio nacional. Geralmente as escolas do interior não tendem a trabalhar com projetos. Alguns até fazem, mas não escrevem e mandam para esses editais. Essa foi uma das poucas vezes que fizemos e conseguimos ser premiados. A motivação dos alunos vai ao alto”, comentou Jonailson.
Outra escola do Amazonas, a SESI Drª Emina Barbosa Mustafa, de Manaus, também foi premiada no desafio “Criativos da Escola 2020”. Eles apresentaram o plano “Protetores da Infância”, que teve com objetivo orientar crianças e adolescentes, por meio de palestras educativas e atividades lúdicas, como proceder em relação a casos de abuso sexual.
Por Patrick Marques, G1 AM